“Uma língua é o lugar
donde se vê o mundo e em que se traçam os limites do nosso pensar e sentir. Da
minha língua vê-se o mar. Da minha língua ouve-se o seu rumor, como da de
outros se ouvirá o da floresta ou o silêncio do deserto. Por isso a voz do mar
foi em nós a da nossa inquietação. Assim o apelo que vinha dele foi o apelo que
ia de nós.”
Vergílio
Ferreira (1991)
Excerto
do texto «A Voz do Mar», lido por Vergílio Ferreira em 1991,
na cerimónia em que lhe é atribuído o Prémio Europália (Bruxelas)
na cerimónia em que lhe é atribuído o Prémio Europália (Bruxelas)
Vergílio
António Ferreira (Gouveia, Melo, 28 de janeiro de 1916 — Lisboa, 1 de março de
1996) foi um escritor e professor português.
A
sua obra percorre vários géneros, da ficção ao ensaio e diário e pode ser
agrupada em dois períodos literários: o Neorrealismo (de 1938 a 1947) e o
Existencialismo (de 1953 a 1996). Considera-se que Mudança (1948) é o livro que marca a transição entre os dois
períodos.
Foram
vários os prémios que recebeu ao longo da vida, destacando-se o Prémio D. Dinis
(1981), o Prémio Literário Município de Lisboa (1983), o Prémio P.E.N. Clube
Português de Novelística (1984, 1991), o Grande Prémio de Romance e Novela
APE/IPLB (1987), o Grande Prémio de Romance e Novela APE/IPLB (1993), o Prémio
P.E.N. Clube Português de Ensaio (1993).
Sem comentários:
Enviar um comentário