No dia 19 de novembro comemorou-se o Dia Mundial em Memória das Vítimas da Estrada, uma
efeméride criada para honrar a memória das vítimas dos acidentes rodoviários e
os seus familiares, bem como o trabalho dos serviços de emergência.
Em 1995,
a Federação Europeia de Vítimas da Estrada – FEVR instituiu o terceiro domingo
de novembro como o Dia Europeu em Memória das Vítimas da Estrada. Mais tarde, a
Assembleia Geral das Nações Unidas, através da Resolução 60/5 de 26 de outubro
de 2005, reconheceu a necessidade de se assinalar este dia em todo o globo.
De acordo
com a Organização Mundial da Saúde,
“As lesões causadas por acidentes de viação constituem um sério e negligenciado problema de saúde pública a nível mundial, que requer esforços concertados para uma prevenção eficaz e sustentável. De todos os sistemas com os quais temos de lidar diariamente, os sistemas de trânsito rodoviário são os mais complexos e perigosos. Estima-se que, anualmente e em todo o mundo, cerca de 1,2 milhões de pessoas morrem e 50 milhões são feridas em consequência de acidentes de viação. As projeções indicam que estes números vão aumentar em cerca de 65% nos próximos 20 anos, a menos que exista um novo empenho na prevenção. Ainda assim, a tragédia por trás destes números atrai menos a atenção dos media do que qualquer outro tipo de tragédia menos frequente.”
A Liga de Associações pela Cidadania Rodoviária, Mobilidade Segura e
Sustentável, ESTRADA VIVA – Liga contra o Trauma, organiza em Portugal as comemorações
relacionadas com este Dia da Memória.
“O espírito desta celebração é de que a evocação pública da memória daqueles que perderam a vida ou a saúde nas estradas e ruas nacionais significa um reconhecimento, por parte do Estado e da sociedade, da trágica dimensão da sinistralidade, e ajuda os sobreviventes a conviver com o trauma de memórias dolorosas resultantes de acidentes rodoviários. A morte e lesão por acidente de viação são ocorrências repentinas, violentas e traumáticas, e o seu impacto duradouro, por vezes, permanente. A cada ano, milhões de enlutados e vítimas de todo o planeta juntam-se aos muitos milhões que já sofrem em resultado de acidentes de viação.”
Só no primeiro semestre de 2023, os dados oficiais indicam, em Portugal, o registo de 238 vítimas mortais, 1226 feridos graves e 19 886 feridos leves em território nacional.
Em
setembro de 2020, a Assembleia Geral da ONU adotou a resolução A/RES/74/299
«Melhorar a segurança rodoviária global», designando a Década de Ação para a
Segurança Rodoviária 2021-2030, com a ambiciosa meta de prevenir pelo menos 50%
das mortes no trânsito e lesões até 2030. Neste âmbito, cada ano será dedicado
a mostrar as diferentes razões pelas quais são necessárias diferentes ações.
Este
ano, o tema escolhido é «Lembrar. Apoiar. Agir.» e é destacada a importância da
justiça: a aplicação das leis de trânsito, a investigação minuciosa após um
acidente para descobrir se foi cometido um crime e para evitar que se repita, o
processo penal quando apropriado e a indemnização civil fazem parte do sistema
de justiça.
A Associação
Portuguesa de Seguradores sugere a leitura dos livros de Ana Maria Magalhães e Isabel
Alçada
Bicicletas e trotinetas. Sim ou não?: 5 contos que salientam as vantagens, os riscos e a importância do cumprimento das regras associadas à mobilidade suave partilhada. Este livro inclui, em cada história, uma componente informativa e, ainda, contextualizações históricas, elementos informativos e questões para reflexão e debate que podem ser abordadas em contexto de sala de aula.