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terça-feira, 2 de abril de 2019

Dia Mundial do Livro Infantil - Vida e obra de Hans Christian Andersen



Hans Christian Andersen nasceu no dia 2 de abril de 1805, na cidade de Odense, parte do então Reino Unido da Dinamarca e Noruega, no coração da ilha da Fiónia, a leste da península dinamarquesa, hoje território da atual Dinamarca.
Foi graças ao seu contributo para a literatura juvenil que a data do seu nascimento foi decretada como o Dia Internacional do Livro Infanto-juvenil, por iniciativa do Conselho Internacional sobre Literatura para os Jovens (IBBY), em 1967. Além disso, o mais importante prémio internacional do género, o Prémio Hans Christian Andersen, tem seu nome.

Com uma infância Hans Christian marcada pela pobreza (filho de um sapateiro e de uma lavadeira, seria o único a sobreviver à primeira infância), apesar de viver num lar humilde, foi o pai que, mesmo sem ter aprendido a ler e a escrever, fomentou no pequeno Hans a imaginação e a criatividade, contando-lhe histórias, apresentando-lhe obras como As Mil e Uma Noites e fabricando-lhe um teatrinho de marionetas. As dificuldades do quotidiano e a sua infância pobre permitiram-lhe conhecer os contrastes da sociedade em que vivia, o que terá influenciado as histórias infantis e adultas que viria a escrever.
A morte do pai, quando Hans Christian tinha apenas onze anos, obrigou-o a abandonar a escola, começando a trabalhar como aprendiz de tecelão e, mais tarde, para um alfaiate. Aos catorze anos, mudou-se para Copenhaga para procurar emprego como ator. Tendo uma excelente voz de soprano, foi aceite no Teatro Real da Dinamarca, mas, com o avançar da puberdade, sua voz mudou. Um colega do teatro disse-lhe que o considerava um poeta. Levando a sugestão a sério, Hans começou a dedicar-se à escrita.
Em 1822, publicou o seu primeiro conto, O Fantasma da Tumba de Palnatoke.
Jonas Collin, o diretor do Teatro Real da Dinamarca, enviou-o para uma escola em Slagelse, pagando todas as despesas. Embora não tenha sido um aluno exemplar, frequentou mais tarde a escola em Elsinore, até 1827, sempre financiado por Collin.
Em 1828, foi admitido na Universidade de Copenhaga. Em 1829, obteve grande sucesso com Um passeio desde o canal de Holmen até à ponta leste da ilha de Amager.
O lançamento do romance O Improvisador, em 1835, escrito na sequência de viagens que o levaram a vários países da Europa trouxe-lhe o início do reconhecimento internacional.
Hans Christian Andersen visitou Portugal em 1866 a convite da família O'Neill, cuja amizade terá sido alimentada nos bancos da escola em Copenhaga. Durante a sua estadia de cerca de dois meses em Portugal, regista as suas impressões sobre várias cidades portuguesas (Lisboa, Setúbal, Palmela, etc.) fazendo grandes elogios à sua paisagem.

"O sol brilhava no céu claro e sobre as águas tranquilas. Em frente erguia-se Lisboa nas suas soberbas colinas, como uma monumental ampliação fotográfica. À medida que nos afastávamos, evidenciavam-se os recortes como vagas enormes de casas e palácios. […]" 

(in ANDERSEN, Hans Christian - Uma visita em Portugal em 1866. 4.ª ed. [S.l.]: Gailivro, 2003. p. 54).



Apesar de ter escrito diversos romances adultos, livros de poesia e relatos de viagens, foram os contos de fadas que tornaram Hans Christian Andersen famoso, especialmente numa altura em que eram muito raros livros destinados especificamente a crianças.
Entre os melhores contos de Hans Christian Andersen destacam-se:
O Patinho Feio
A Caixinha de Surpresas
Os Sapatos Vermelhos
O Pequeno Cláudio e o Grande Cláudio
O Soldadinho de Chumbo
A Pequena Sereia
A Princesa e a Ervilha
O Rei Vai Nu
O Abeto de Natal
O Rouxinol
A Vendedora de Fósforos
A Polegarzinha
A Rainha da Neve
A Pastora e o Limpa-chaminés








Para alguns estudiosos, Hans Christian Andersen foi a "primeira voz autenticamente romântica a contar histórias para as crianças", nas quais procurava passar padrões de comportamento que deveriam ser adotados pela sociedade, apontando os confrontos entre "poderosos" e "desprotegidos", "fortes" e "fracos", "exploradores" e "explorados", demonstrando a ideia de que todos os homens deveriam ter direitos iguais.
No início, escrevia contos baseados na tradição popular, especialmente no que ele ouvia durante a infância, mas depois desenvolveu histórias do mundo das fadas ou que traziam elementos da natureza.
Entre 1835 e 1842, Andersen lançou seis volumes de Contos, livros com histórias infantis que foram sendo traduzidos para diversas línguas.
Escreveu contos infantis até 1872, ano em ficou gravemente ferido ao cair da sua própria cama. A partir de então a sua saúde ficou muito debilitada, morrendo em 4 de agosto de 1875, em Copenhaga.



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