Hans
Christian Andersen nasceu no dia 2 de abril de 1805, na cidade de Odense, parte
do então Reino Unido da Dinamarca e Noruega, no coração da ilha da Fiónia, a
leste da península dinamarquesa, hoje território da atual Dinamarca.
Foi
graças ao seu contributo para a literatura juvenil que a data do seu nascimento
foi decretada como o Dia Internacional do Livro Infanto-juvenil, por iniciativa
do Conselho Internacional sobre Literatura para os Jovens (IBBY), em 1967. Além
disso, o mais importante prémio internacional do género, o Prémio Hans
Christian Andersen, tem seu nome.
Com
uma infância Hans Christian marcada pela pobreza (filho de um sapateiro e de
uma lavadeira, seria o único a sobreviver à primeira infância), apesar de viver num
lar humilde, foi o pai que, mesmo sem ter aprendido a ler e a escrever, fomentou
no pequeno Hans a imaginação e a criatividade, contando-lhe histórias,
apresentando-lhe obras como As Mil e Uma
Noites e fabricando-lhe um teatrinho de marionetas. As dificuldades do
quotidiano e a sua infância pobre permitiram-lhe conhecer os contrastes da sociedade
em que vivia, o que terá influenciado as histórias infantis e adultas que viria
a escrever.
A morte
do pai, quando Hans Christian tinha apenas onze anos, obrigou-o a abandonar a
escola, começando a trabalhar como aprendiz de tecelão e, mais tarde, para um
alfaiate. Aos catorze anos, mudou-se para Copenhaga para procurar emprego como
ator. Tendo uma excelente voz de soprano, foi aceite no Teatro Real da
Dinamarca, mas, com o avançar da puberdade, sua voz mudou. Um colega do teatro
disse-lhe que o considerava um poeta. Levando a sugestão a sério, Hans começou a dedicar-se
à escrita.
Em
1822, publicou o seu primeiro conto, O Fantasma da Tumba de Palnatoke.
Jonas
Collin, o diretor do Teatro Real da Dinamarca, enviou-o para uma escola em
Slagelse, pagando todas as despesas. Embora não tenha sido um aluno exemplar, frequentou
mais tarde a escola em Elsinore, até 1827, sempre financiado por Collin.
Em
1828, foi admitido na Universidade de Copenhaga. Em 1829, obteve
grande sucesso com Um passeio desde
o canal de Holmen até à ponta leste da ilha de Amager.
O lançamento
do romance O Improvisador, em 1835, escrito
na sequência de viagens que o levaram a vários países da Europa trouxe-lhe o
início do reconhecimento internacional.
Hans
Christian Andersen visitou Portugal em 1866 a convite da família O'Neill, cuja
amizade terá sido alimentada nos bancos da escola em Copenhaga. Durante a sua
estadia de cerca de dois meses em Portugal, regista as suas impressões sobre
várias cidades portuguesas (Lisboa, Setúbal, Palmela, etc.) fazendo grandes
elogios à sua paisagem.
"O
sol brilhava no céu claro e sobre as águas tranquilas. Em frente erguia-se
Lisboa nas suas soberbas colinas, como uma monumental ampliação fotográfica. À
medida que nos afastávamos, evidenciavam-se os recortes como vagas enormes de
casas e palácios. […]"
(in ANDERSEN, Hans Christian - Uma visita em Portugal em 1866. 4.ª ed. [S.l.]: Gailivro, 2003. p.
54).
Apesar
de ter escrito diversos romances adultos, livros de poesia e relatos de viagens,
foram os contos de fadas que tornaram Hans Christian Andersen famoso, especialmente
numa altura em que eram muito raros livros destinados especificamente a
crianças.
Entre
os melhores contos de Hans Christian Andersen destacam-se:
O
Patinho Feio
A
Caixinha de Surpresas
Os
Sapatos Vermelhos
O
Pequeno Cláudio e o Grande Cláudio
O
Soldadinho de Chumbo
A
Pequena Sereia
A
Princesa e a Ervilha
O Rei
Vai Nu
O Abeto
de Natal
O Rouxinol
A Vendedora
de Fósforos
A
Polegarzinha
A
Rainha da Neve
A
Pastora e o Limpa-chaminés
Para
alguns estudiosos, Hans Christian Andersen foi a "primeira voz
autenticamente romântica a contar histórias para as crianças", nas quais
procurava passar padrões de comportamento que deveriam ser adotados pela sociedade,
apontando os confrontos entre "poderosos" e
"desprotegidos", "fortes" e "fracos",
"exploradores" e "explorados", demonstrando a ideia de que
todos os homens deveriam ter direitos iguais.
No
início, escrevia contos baseados na tradição popular, especialmente no que ele
ouvia durante a infância, mas depois desenvolveu histórias do mundo das fadas
ou que traziam elementos da natureza.
Entre
1835 e 1842, Andersen lançou seis volumes de Contos, livros com histórias infantis que foram sendo traduzidos
para diversas línguas.
Escreveu
contos infantis até 1872, ano em ficou gravemente ferido ao cair da sua própria
cama. A partir de então a sua saúde ficou muito debilitada, morrendo em 4 de
agosto de 1875, em Copenhaga.
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