“A minha
gargalhada é que me ajudou a sobreviver estes anos todos”
Alice
Vieira, considerada uma das mais importantes escritoras portuguesas de
literatura infanto-juvenil, nasceu em Lisboa, no dia 20 de março de 1943. Define-se
profissionalmente como jornalista, mas tornou-se conhecida de todos nós pela
publicação regular de livros infantis, romances juvenis, bem como poesia,
teatro ou recolhas de histórias tradicionais.
Depois
de frequentar o Liceu D. Filipa de Lencastre, em Lisboa, Alice Vieira
licenciou-se em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade de
Lisboa.
A
sua carreira de jornalista começou aos 18 anos, no “Diário de Lisboa”. Ainda
adolescente, começara a colaborar no «Juvenil» deste Diário, suplemento que
divulgou as primeiras tentativas literárias de muitos jovens talentos de então
e que foi coordenado por Alice Vieira entre 1968 e 1970. Trabalhou mais tarde
no "Diário Popular" e no "Diário de Notícias", a cuja
redação pertenceu até 1990, quando decidiu deixar o jornalismo diário, para
ficar como free-lancer e poder dedicar-se mais à escrita. Foi ainda
colaboradora durante muitos anos da revista "Activa" e do
"Jornal de Notícias". Atualmente está reformada do jornalismo, mas
trabalha no Jornal de Mafra e na revista juvenil “Audácia”, dos missionários
combonianos.
Trabalhou
em vários programas de televisão para crianças (por exemplo, fez parte da
equipa de escritores dos programas “Rua Sésamo”, “Jornalinho”, “Hora Viva”,
“Arco-Íris”). Participou com o maestro Eurico Carrapatoso no conto musical A Arca do Tesouro (interpretada pela
Orquestra Metropolitana de Lisboa); o compositor Sérgio Azevedo musicou A Charada da Bicharada, editada em CD.
Orienta
regularmente oficinas de escrita criativa e desloca-se quase diariamente a
escolas e bibliotecas de todo o país – e também de países onde os seus livros
estão traduzidos.
As
suas obras, muitas das quais constam da lista do Plano Nacional de Leitura,
foram traduzidas para várias línguas, como o alemão, o búlgaro, o espanhol, o
galego, o catalão, o francês, o húngaro, o holandês, o russo, o italiano, o
chinês, o servo-croata e o coreano.
A
7 de Março de 1997 recebeu a Comenda da Ordem do Mérito.
Alice
Vieira nunca quis ser escritora. Mas desde pequena que dizia que queria ser
jornalista. Começou a escrever porque a filha disse que já não tinha mais
livros para ler. Foi em 1979. Era o Ano Internacional da Criança e a editora
Caminho promoveu um concurso para o melhor texto para crianças e jovens desse
ano. Alice Vieira enviou Rosa, Minha Irmã
Rosa. E ganhou o “Prémio de Literatura do Ano Internacional da Criança”.
Foi o seu primeiro livro. Como referiu numa entrevista, “a partir daí nunca
mais teve sossego”.
Desde
esse primeiro livro, publicado em 1979, tem escrito sobretudo literatura
infanto-juvenil, com mais de 50 títulos publicados, incluindo os 15 da Coleção
Macau. Ultimamente tem-se também dedicado à literatura para adultos, com três
volumes de crónicas (Bica Escaldada, Pezinhos de Coentrada e O Que Se Leva Desta Vida), o romance
histórico Os Profetas, uma biografia
da escritora inglesa Enid Blyton, o
livro autobiográfico Histórias da Avó
Alice, três livros de poemas -- Dois
Corpos Tombando na Água (Prémio Maria Amália Vaz de Carvalho), O Que Dói às Aves e Os Armários da Noite — e o livro Tejo, juntamente com o fotógrafo brasileiro Neni Glock. Participou
ainda, com mais seis autores, em romances coletivos como Novos Mistérios de Sintra, O
Código de Avintes, Eça Agora, 13 Gotas ao Deitar e, mais recentemente,
A Misteriosa Mulher da Ópera.
Entre
os Prémios que recebeu, destacam-se o Prémio Calouste Gulbenkian em 1983 pelo
seu livro Este Rei Que Eu Escolhi; o
Grande Prémio Gulbenkian pelo conjunto da obra (1984); o Prix Octogone pela
edição francesa de Os Olhos de Ana Marta
(2000); Prémio Maria Amália Vaz de Carvalho, com o livro de poemas Dois Corpos
Tombando na Água (2007); a “Estrela de Prata do Prémio Peter Pan” pela edição
sueca de Flor de Mel (2010). Em 2016
recebeu o Prémio pelo Melhor livro em língua portuguesa editado no Brasil da
Fundação Nacional para o Livro Infantil e Juvenil, com o livro Meia hora para mudar a minha vida. Foi
várias vezes distinguida com o Prémio Corvo Branco, atribuído pela Biblioteca
Internacional da Juventude de Munique.
Obras
de Alice Vieira
(*) constam do catálogo da Biblioteca do
ECB
Literatura
infanto-juvenil
1979
- Rosa, Minha Irmã Rosa-27ª ed. 2014 (*)
1979
- Paulina ao Piano-5ªed. 1999 (*)
1980
- Lote 12, 2º Frente-16ª ed. 2009 (*)
1981
- A Espada do Rei Afonso-13ª ed. 2010
1982
- Chocolate à Chuva-25ª ed. 2013 (*)
1983
- Este Rei que eu Escolhi-14ª ed 2009 (*)
1984
- Graças e Desgraças na Corte de El Rei Tadinho-20ªed. 2013 (*)
1985
- Águas de Verão-10ª ed. 2010 (*)
1986
- Flor de Mel-10ª ed. 2010 (*)
1987
- Viagem à Roda do meu Nome-11ª ed. 2010 (*)
1988
- Às Dez a Porta Fecha-8ª ed. 2015
1988
- A Lua Não Está à Venda (*)
1990
- Úrsula, a Maior-9ªed. 2011 (*)
1990
- Os Olhos de Ana Marta-7ª ed. 2010 (*)
1991
- Promontório da Lua--6ª ed. 2009
1992
- Leandro, Rei da Helíria-24ª ed. 2015 (*)
1997
- Se Perguntarem por mim, Digam que Voei-7ª ed. 2010 (*)
1999
- Um Fio de Fumo nos Confins do Mar-3ª ed. 2011 (*)
2001
- Trisavó de pistola à cinta e outras histórias-6ª ed. 2012 (*)
2002
– Contos e lendas de Macau (*)
2005
- Livro com Cheiro a Chocolate (*)
2005
- O Casamento da Minha Mãe (*)
2006
- Livro com Cheiro a Morango
2007
- Livro com Cheiro a Baunilha
2007
- O meu Primeiro Álbum de Poesia (*)
2008
- A Vida nas Palavras de Inês Tavares (*)
2008
- Livro com Cheiro a Caramelo
2008
- A Charada da Bicharada
2009
- Contos de Grimm Para Meninos Valentes
2009
- A Que Sabe Esta História?
2009
- Livro com Cheiro a Canela
2010
- Contos de Andersen para Crianças Sem Medo
2010
- Meia Hora Para Mudar a Minha Vida-2ª ed. 2015
2010
- Livro com Cheiro a Banana
2010
- A Arca do Tesouro (com CD, música de Eurico Carrapatoso, narração de Luís
Miguel Cintra e ilustrações de João Fazenda).
2011
- Contos de Perrault para Crianças Aventureiras
2012
- Histórias da Bíblia
2012
- Expressões com História
2014
- A velha caixa; A bela moura ilustrações de João Fazenda
2016
- Diário de Um Adolescente na Lisboa de 1910
2018
- A Sopa da Pedra/Um Ladrão Debaixo da Cama
Coleção
Macau
1988
- O que Sabem os Pássaros
1988
- As Árvores que Ninguém Separa (*)
1988
- Um Estranho Barulho de Asas (*)
1988
- O Templo da Promessa (*)
1990
- Macau: da Lenda à História
1991
- Corre, Corre, Cabacinha (*)
1991
- Um Ladrão debaixo da Cama (*)
1991
- Fita, Pente e Espelho (*)
1991
- A Adivinha do Rei (*)
1992
- Periquinho e Periquinha (*)
1992
- Maria das Silvas (*)
1993
- As Três Fiandeiras (*)
1993
- A Bela Moura (*)
1994
- O Pássaro Verde (*)
1994
- Eu Bem Vi Nascer o Sol (*)
Obras
para Adultos
1964
- De Estarmos Vivos (poesia)
1997
- Praias de Portugal (com fotos de Maurício Abreu)
1999
- Esta Lisboa (com fotos de António Pedro Ferreira)
2004
- Bica Escaldada (crónicas) (*)
2006
- Pezinhos de Coentrada (crónicas) (*)
2007
- Dois Corpos Tombando na Água (poesia) (*)
2008
- Tejo (com fotos de Neni Glock)
2009
- O Que Dói às Aves (poesia)
2011
- O Que se Leva Desta Vida (crónicas)
2011
- Os Profetas (romance)
2012
- O Mundo de Enid Blyton (biografia)
2012
- O Livro da Avó Alice
2013
- Os Armários da Noite (poesia, finalista do Prémio PEN Clube
2017
- Só Duas Coisas Que, Entre Tantas, Me Afligiram
2018
- Olha-Me Como Quem Chove (poesia)
Obras
em conjunto com outros escritores
2005
- Novos Mistérios de Sintra (romance)
2006
- O Código de Avintes (romance) (*)
2007
- Eça Agora! (romance) (*)
2009
- 13 Gotas ao deitar (romance)
2010
- Chocolate — Histórias de Ler e Chorar por Mais (contos)
2011
- Picante - Histórias Que Ardem na Boca (contos)
2013
- A Misteriosa Mulher da Ópera (romance)
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