A festa do Halloween celebra-se em
vários países no dia 31 de outubro, véspera da festa cristã do Dia de Todos os
Santos.
Alguns estudiosos do assunto
defendem que a sua origem remonta às tradições celtas do festival Samhain,
celebrado na Irlanda, Escócia e Ilha de Man entre 30 de outubro e 2 de novembro,
e que marcava o fim do verão (samhain
significa "fim do verão"), associado também às festas das colheitas e
ao culto dos mortos. Outros afirmam que a festa do Halloween começou
independentemente do Samhain e tem raízes cristãs. Pensa-se que o primeiro
registo do termo "Halloween" seja de cerca de 1745, uma contração do
termo escocês All Hallows' Eve, que
significa “véspera [do Dia de] Todos os Santos”, o que dá mais força à teoria
da origem cristã da festa.
A romanização e consequente
cristianização das Ilhas Britânicas terão contribuído para a fusão das duas
tradições, a pagã e a cristã, e já em finais da Idade Média surge o costume dos
"disfarces", muito possivelmente nascido na França por altura do
flagelo da Peste Negra, que criou entre os católicos um grande temor e
preocupação com a morte.
No entanto, se analisarmos o modo
como o Halloween é celebrado hoje, veremos que pouco tem a ver com as suas
origens: só restou uma alusão aos mortos, mas com um caráter completamente
distinto do que tinha ao princípio. Além disso, foi sendo pouco a pouco
incorporada toda uma série de elementos estranhos tanto à festa de Finados como
à de Todos os Santos, a maior parte com origem nos Estados Unidos da América
(onde a tradição da celebração do Halloween terá chegado com os colonos
irlandeses), tais como as lanternas feitas de abóbora, o jogo do "doce ou
travessura", contar histórias assustadoras, assistir a atrações
"assombradas” ou a filmes de terror. Na verdade, tornou-se uma celebração
mais comercial e secular, perdendo parte do seu cariz religioso.
A atual festa
do Halloween é assim produto da fusão de muitas tradições, levadas pelos colonos britânicos
no século XVIII para os Estados Unidos e ali integradas de modo peculiar na sua
cultura. Muitas delas já foram esquecidas na Europa, onde hoje, por colonização
cultural dos Estados Unidos, aparece o Halloween, enquanto desaparecem algumas
tradições locais.
Em Portugal, nos
últimos dias do mês de Outubro e até ao dia 1 de Novembro, Dia de
Todos-os-Santos, as crianças saem à rua e, sozinhas ou em pequenos grupos,
andam de porta em porta de saco na mão para pedir o Pão por Deus.
Antigamente, era no dia do Pão por Deus que se repartia pão cozido pelos
pobres. As pessoas iam pedir Pão por Deus às portas para colmatar a pobreza. A
tradição deste peditório está associada ao antigo costume que se
tinha de oferecer pão, bolos, vinho e outros alimentos aos defuntos. Quem pedia
à porta era encarado como a alma do morto a errar pelo mundo e a pedir. O Pão
por Deus é assim uma oferta às almas que partiram.
Nos
últimos anos, temos assistido a ameaças à continuidade desta tradição, em particular
nas vilas e cidades, com a progressiva substituição do Pão por Deus pelo
“Halloween”, festa importada da cultura norte-americana, mas com semelhanças à
tradição nacional, como por exemplo o peditório de guloseimas que as crianças
realizam pelas casas da sua comunidade ou as expressões que utilizam.
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