Maria
Teresa Horta nasceu em Lisboa, em 1937. Escritora, jornalista e destacada
feminista portuguesa, estreou-se com a escrita da poesia, em 1960. Depois de
frequentar o Liceu D. Filipa de Lencastre, estudou na Faculdade de Letras da Universidade
de Lisboa.
Com
uma vasta obra de poesia e ficção que já conta com cerca de 40 livros editados,
tem recebido múltiplos prémios e distinções, dos quais se destacam o Prémio
Revista Mulheres, recebido em 1986, pela obra Minha Mãe, Meu Amor; a condecoração pelo Presidente da República,
Jorge Sampaio, a 8 de Março de 2004, como Grande Oficial da Ordem do Infante D.
Henrique; o Prémio Paridade: Mulheres e Homens na Comunicação Social, atribuído
em 2008 pela Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género; o Prémio Máxima
Vida Literária (pela obra Poesia Reunida, em 2010; o Prémio D. Dinis 2011 da
Fundação Casa de Mateus pela sua obra As
Luzes de Leonor; o Prémio Máxima de Literatura, também em 2011 pela mesma
obra; o Prémio Consagração de Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores, em
2014; em 2017, o seu livro Anunciações
ganha o Prémio Autores SPA na categoria Melhor livro de poesia. Em 2020, o
Ministério da Cultura distinguiu-a com a Medalha de Mérito Cultural. No passado
dia 26 de fevereiro, no festival de literatura “Correntes d'Escritas”, foi
distinguida com o Prémio Literário Casino da Póvoa 2021, pela obra Estranhezas.
Enquanto
jornalista, foi coordenadora do suplemento Literatura & Arte do jornal A Capital; chefiou a revista Mulheres, um projeto pessoal e
feminista, de forte cunho essencialista e um importante difusor do Movimento de
Libertação das Mulheres, tendo a oportunidade de entrevistar mulheres de relevo
da política, da cultura e da literatura, como Maria de Lourdes Pintasilgo,
Marguerite Yourcenar, Marguerite Duras, Maria Bethânia. Colaborou ainda em
jornais como o Diário de Notícias, o Diário de Lisboa, O Século, República ou o
Jornal de Letras e Artes e em revistas como Seara Nova, Vértice, Colóquio/
Letras e Eva, entre outras.
Militante ativa nos movimentos de emancipação feminina, Maria Teresa Horta fez parte do Movimento Feminista de Portugal e, em 1972, publicou juntamente com Maria Velho da Costa e Maria Isabel Barreno (conhecidas como As Três Marias) o livro Novas Cartas Portuguesas, desafiando a autoridade moral conservadora do Estado Novo nos anos 70, e, por isso, esta obra passou a ser considerada por muitos o texto revolucionário do feminismo português do século XX.
O júri do concurso do Prémio Literário Casino da Póvoa 2021, atribuído no âmbito do encontro literário Correntes d'Escritas, na Póvoa de Varzim, decidiu este ano distinguir a obra de Maria Teresa Horta, considerando que Estranhezas "é uma exaltação da paixão, da beleza, do real concreto e efémero eternizado pela deslocação da esfera do tempo para espaços da escrita". Ainda nas palavras de Inês Pedrosa, membro do júri, podemos ler “Celebrada, traduzida e estudada em universidades brasileiras, americanas, francesas, italianas, na minha perspetiva, não tinha ainda tido o reconhecimento — em particular da sua obra poética — porque ela também tem uma obra ficcional, que lhe era devido”.
A escritora mostrou-se agradecida com a distinção recebida, dizendo, numa mensagem enviada para a cerimónia de abertura do certame,
“Sempre
pensei que um prémio de poesia não se agradece, recebe-se em silêncio, embora,
quem sabe, em tumulto. No entanto, faço questão de dizer, com alegria, obrigado
ao Correntes d'Escritas pelo prémio que me acabam de atribuir ao meu livro Estranhezas, que escrevi com prazer
intenso e júbilo". (in https://observador.pt/2021/02/26/maria-teresa-horta-vence-premio-casino-da-povoa-do-correntes-descritas/)
Obras
(*) na Biblioteca do ECB
Poesia
Espelho Inicial (1960)
Tatuagem (1961)
Cidadelas Submersas (1961)
Verão Coincidente (1962)
Amor Habitado (1963)
Candelabro (1964)
Jardim de Inverno (1966)
Cronista Não é Recado (1967)
Minha Senhora de Mim (1967)
Educação Sentimental (1975)
As Mulheres de Abril (1976)
Poesia Completa I e II (1960-1982) (1982)
Os Anjos (1983)
Minha Mãe, Meu Amor (1984)
Rosa Sangrenta (1987)
Antologia Poética (1994)
Destino (1998)
Só de Amor (1999)
Antologia Pessoal - 100 Poemas (2003)
Inquietude (2006)
Les Sorcières - Feiticeiras (2006) edição bilíngue
Cem Poemas + 21 inéditos (2007)
Palavras Secretas (Antologia) (2007)
Poemas do Brasil (2009)
Poesia Reunida (1960-2006) (2009)
As Palavras do Corpo (Antologia de poesia erótica) (2012)
Poemas para Leonor (2012)
Poesis (2017)
Estranhezas (2018)
Ficção
Ambas as Mãos sobre o Corpo (1970)
Novas Cartas Portuguesas (1971) (obra conjunta) (*)
Ana (1974)
O Transfer (1984)
Ema (1984)
A Paixão Segundo Constança H. (1994)
A Mãe na Literatura Portuguesa (1999)
As Luzes de Leonor (2011) (*)
A Dama e o Unicórnio (2013)
Meninas (2014)
Contos
Só de amor (2009) (*)
Dores (2017) (*)
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