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quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Dia 1 do Advento - As velas ardem até ao fim

 


“Éramos amigos, não companheiros, compadres ou camaradas. Éramos amigos e não há nada na vida que possa compensar uma amizade. Nem mesmo uma paixão devoradora pode oferecer tanto prazer como uma amizade silenciosa e discreta proporciona àqueles que são tocados pela sua força”.

Sándor Márai. As Velas Ardem até ao Fim. Lisboa: D. Quixote, 2005. Tradução do húngaro de Mária Magdolna Demeter.

Num pequeno castelo de caça na Hungria, onde outrora se celebravam elegantes saraus e cujos salões decorados ao estilo francês se enchiam da música de Chopin, dois homens, amigos inseparáveis na juventude, sentam-se a jantar depois de quarenta anos sem se verem. O castelo mudou radicalmente de aspeto: o esplendor de outrora já não existe, tudo anuncia o final de uma época. Um dos homens, Konrád, proveniente de uma família polaca decadente, passou muito tempo no Extremo Oriente, o outro, Henrik, rico aristocrata e general, permaneceu na sua propriedade. Mas ambos viveram à espera deste momento, pois entre eles interpõe-se um segredo de uma força singular... Numa só noite, e enquanto se consomem as velas, narram-se 40 anos de vida dos personagens. Movendo-se neste intervalo de tempo, o narrador revisita o passado e reescreve uma história de vida, descobrindo agora o que a primeira vivência omitiu, da vida de Henrik, Konrad e de Krisztina.

Este romance, publicado em 1942 pelo escritor húngaro Sándor Márai, é uma longa reflexão sobre a amizade e a sua impossibilidade na desigualdade e na traição.


Sándor Márai foi um escritor e jornalista húngaro, nascido em 1900, em Kassa, uma pequena cidade da Hungria, hoje Eslováquia. Considerado um dos maiores escritores da língua húngara, escreveu mais de sessenta livros, entre romance, poesia e teatro. Em 1948 saiu de Budapeste num autoexílio, inconformado com o regime comunista instaurado na Hungria e toda a sua obra foi proibida. Só após a queda do regime comunista este extraordinário escritor foi redescoberto no seu país e no mundo inteiro. Sándor Márai suicidou-se em 1989, em San Diego, na Califórnia, poucos meses antes da queda do muro de Berlim.

Deste autor, encontra também na biblioteca do ECB o romance A mulher certa.



Sándor Márai. A mulher certa. Lisboa: D. Quixote, 200t. Tradução do húngaro de Ernesto Rodrigues.

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