“Oito
horas de trabalho, oito horas de lazer e oito horas de repouso!”: foi em nome destas reivindicações
que, no dia 1 de maio de 1886, milhares de trabalhadores de Chicago, nos
Estados Unidos, se manifestaram nas ruas da cidade e iniciaram uma greve geral
que se estendeu a todo o país.
No século XIX, o
horário laboral podia estender-se até às 18 horas por dia, os sindicatos eram
proibidos e não existia qualquer noção de respeito pelos direitos laborais, pelo
que muitos dos manifestantes e grevistas acabaram por sucumbir às mãos das
forças policiais que violentamente agiram contra eles.
Em 1889, a Segunda
Internacional Socialista reunida em Paris decidiu convocar anualmente uma manifestação
com o objetivo de continuar a luta pelas 8 horas de trabalho diário, escolhendo
o primeiro dia de maio, como homenagem às lutas sindicais de Chicago.
Apesar de até hoje nos
Estados Unidos não se reconhecer essa data como sendo o Dia do Trabalhador, em
1890 a luta dos trabalhadores norteamericanos conseguiu que o Congresso
aprovasse que a jornada de trabalho fosse reduzida de 16 para 8 horas diárias.
A pouco e pouco, os
direitos dos trabalhadores foram sendo colocados na agenda política de diversos
governos. Por exemplo, no dia 23 de abril de 1919, o Senado francês ratificou
as 8 horas de trabalho e proclamou o dia 1º de maio como feriado, e uns anos
depois a Rússia fez o mesmo.
Em Portugal, os
trabalhadores assinalaram o 1.º de Maio logo em 1890, acompanhando a realização
internacional. Inicialmente, as ações do Dia do Trabalhador limitavam-se a
alguns piqueniques de confraternização, com discursos pelo meio, e a algumas
romagens aos cemitérios em homenagem aos operários e ativistas caídos na luta
pelos seus direitos laborais.
Durante a I República,
a luta operária transformou-se num sindicalismo reivindicativo, consolidado e
ampliado. O 1.º de Maio adquiriu também características de ação de massas. Em
1919, após muitas manifestações da luta do sindicalismo e dos trabalhadores
portugueses, foi conquistada e consagrada na lei a jornada de oito horas para
os trabalhadores do comércio e da indústria.
Ao longo do Estado
Novo, apesar das limitações à liberdade individual e associativa, apesar das
proibições e da repressão, que impediram as comemorações do dia 1 de maio, houve
manifestações, como, por exemplo, em 1962, as dos pescadores, dos corticeiros,
dos telefonistas, dos bancários, dos trabalhadores da Carris e da CUF, ou as
revoltas dos assalariados agrícolas dos campos do Alentejo.
Apenas após o 25 de abril de 1974 se retomaram as comemorações do dia do Trabalhador e o dia 1 de Maio passou a ser feriado nacional. Na memória de muitos ficaram as imagens e o significado do primeiro 1º de maio.
Apenas após o 25 de abril de 1974 se retomaram as comemorações do dia do Trabalhador e o dia 1 de Maio passou a ser feriado nacional. Na memória de muitos ficaram as imagens e o significado do primeiro 1º de maio.
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