O
dia 8 de maio é comemorado internacionalmente como o Dia Mundial da Cruz
Vermelha e do Crescente Vermelho. Neste dia, realizam-se atividades que
enaltecem a importância e o valor da ajuda humanitária, assim como se planeiam as
melhores respostas em caso de emergência e catástrofe.
A
escolha da data deve-se ao facto de o dia 8 de maio ser a data de nascimento de
Henry Dunant, o suíço que, em 1863, fundou a Cruz Vermelha, a maior organização humanitária do mundo.
Henri
Dunant nasceu em Genebra, em 1828, oriundo de uma família próspera, respeitada
e preocupada com os problemas sociais e o bem-estar da comunidade. Em 1853, iniciou
a sua carreira profissional como banqueiro.
Em
1859, necessitando de autorização de direitos de utilização de água para o seu
projeto de produção de farinha na Argélia, resolve falar diretamente com o
Imperador Napoleão III e expor-lhe o seu negócio. O Imperador encontrava-se com
as suas tropas no campo de batalha no norte de Itália e Dunant parte ao seu
encontro, deparando-se com uma das mais sangrentas batalhas do século XIX, a
Batalha de Solferino.
Horrorizado
com a carnificina a que assistiu (cerca de 40 mil soldados morreram ou ficaram
feridos e foram largados à mercê do seu destino), rapidamente reúne mulheres
das aldeias vizinhas para prestar assistência aos feridos de ambos os lados,
sem distinção pelo uniforme ou nacionalidade, com o intuito apenas de ajudar
homens que precisavam de socorro.
De
regresso a Genebra, Henry Dunant passa a escrito as memórias da experiência que
viveu, publicando Recordação de Solferino,
em 1862, lançando duas ideias no livro:
- A criação de sociedades voluntárias de socorro para prestarem assistência aos feridos em tempo de guerra.
- A formulação de um acordo internacional que assegurasse a proteção dos soldados feridos e do pessoal médico no campo de batalha.
O sucesso
do livro levou Dunant a viajar pela Europa para obter o maior número de apoios
para as suas propostas.
Em
1863, com o apoio de quatro cidadãos de Genebra, fundou o Comité Internacional
de Socorro aos Militares Feridos em Tempo de Guerra (desde 1875, designado por
Comité Internacional da Cruz Vermelha). Nesta altura é, também, adoptada como emblema uma
Cruz Vermelha em fundo branco (inverso da bandeira da Suíça).
Sendo
a maior organização humanitária do mundo, conta com cerca de 97 milhões de
voluntários, em 190 países, e tem como missão prestar assistência humanitária e
social, em especial aos mais vulneráveis.
É
uma instituição universal, no seio da qual todas as sociedades nacionais têm
direitos iguais e o dever da entre-ajuda.
Os
7 princípios da Cruz Vermelha são: Humanidade, Imparcialidade, Neutralidade,
Independência, Voluntariado, Unidade, Universalidade.
Em
1929 surgiu oficialmente o Movimento
Internacional do Crescente Vermelho, depois de a Turquia ter solicitado a
utilização do símbolo do crescente vermelho pelos países muçulmanos. No
entanto, este havia sido já utilizado anteriormente pelos voluntários
internacionais da Cruz Vermelha, no conflito armado ocorrido de 1876 a 1878 entre a Turquia e a Rússia . Mais de três dezenas de nações muçulmanas adotaram este
símbolo, que continua a ser em vermelho sobre fundo branco, substituindo apenas
a cruz por um crescente lunar.
Esta
organização humanitária não governamental federou-se com a Cruz Vermelha Internacional,
surgindo, em 1983, a Liga das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente
Vermelho e, em 1991, a Federação
Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e Crescente Vermelho, nome
que subsistiu desde então.
Os
princípios fundamentais da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho são a
imparcialidade (ajuda a pessoas de qualquer religião, raça, orientação política
ou condição social), a independência do movimento (autonomia para atuar de
acordo com os princípios do movimento), o serviço voluntário (não remunerado),
a unidade (existência de uma só entidade central do movimento em cada país, que
é acessível a todas as pessoas), a humanidade (com o objetivo principal de
prevenir e aliviar o sofrimento de todas as pessoas em qualquer circunstância),
a universalidade (todas as sociedades têm os mesmos direitos e o dever de se
ajudar mutuamente) e a neutralidade (não toma partido político, ideológico,
racial e religioso).
Em
1997 fez-se em Sevilha um acordo sobre a Organização das Atividades
Internacionais dos Componentes do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do
Crescente Vermelho.
Desde
8 de dezembro de 2005 o Cristal ou Diamante Vermelho (em forma de losângulo)
juntou-se como símbolo oficial à Cruz Vermelha e ao Crescente Vermelho.
Cruz
Vermelha Portuguesa
A
Cruz Vermelha Portuguesa foi criada em 11 de Fevereiro de 1865, sob a
designação de “Comissão Provisória para Socorros e Feridos e Doentes em Tempo
de Guerra”, pelo médico militar José António Marques que, no ano anterior,
tinha representado o rei D. Luís I na conferência internacional que deu origem
à I Convenção de Genebra.
Desde
então, a Cruz Vermelha Portuguesa tem prestado auxílio em todas as guerras e
grandes catástrofes em que Portugal esteve envolvido, bem como em situações de
catástrofes e guerras no estrangeiro.
A
sede nacional da Cruz Vermelha Portuguesa está instalada no Palácio da Rocha do
Conde D'Óbidos, em Lisboa.
Para
saber mais,
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