Em
19 de Agosto de 1982, a Assembleia-Geral Extraordinária das Nações Unidas estabeleceu
o dia 4 de junho como o Dia
Internacional das Crianças Vítimas Inocentes da Violência e da Agressão.
Nesta Assembleia-Geral, convocada para discutir a “Questão da Palestina”, manifestou-se
a consternação perante o elevado número de crianças palestinianas e libanesas
inocentes, vítimas dos atos de agressão de Israel.
Chamar
a atenção para o sofrimento das crianças que, por todo o mundo, são vítimas de
agressão física, mental e emocional; afirmar o compromisso das Nações Unidas em
proteger os direitos das crianças e, simultaneamente, reconhecer e encorajar o
trabalho de todos os indivíduos e organizações que se dedicam a esta causa
foram os objetivos que presidiram a esta decisão de dedicar um dia para
reflexão em torno do sofrimento e das agressões que atinjem as crianças de todo
o mundo.
Longe
de ser um dia de celebração, o dia 4 de junho pretende ser um dia de protesto,
de luto e de reflexão. Este dia relembra todas as vítimas infantis de
afogamento, envenenamento, espancamento, queimadura, trabalho infantil e abuso
sexual, mas também chama a atenção para a necessidade de proteção e de educação
das crianças, que se encontram numa fase frágil, de construção de mentalidade,
caráter e de valores.
A garantia de um
ambiente seguro e saudável para o crescimento das crianças é um dever dos pais,
famílias, comunidades locais, professores, educadores, governantes e população
em geral.
Até ao século XVIII, as
crianças eram pouco valorizadas e muito desrespeitadas, quer na família, quer
na sociedade, vítimas de todo o tipo de agressões e abusos, como trabalhos
forçados. Somente no século XIX, com o despertar do sentimento de infância, as
crianças passam a ser percebidas como seres humanos autónomos, o que contribui
para o desenvolvimento da psicologia, pedagogia, pediatria e psicanálise, com o
objetivo de atenuar as agressões e melhorar a qualidade de vida dos menores.
No
século XXI, todos os dias continuam a existir situações de crianças que são vítimas
de agressão física e psicológica no mundo inteiro, inclusivamente nas suas
próprias casas, por obra dos seus pais, com uma dimensão não completamente
conhecida. Todos os dias encontramos notícias e imagens de crianças precocemente
casadas ou atiradas para o mundo do trabalho.
De acordo com a Organização Não Governamental Save the
Children, em 2016, quase 20% das mulheres e entre 5% e 10% dos homens no
mundo inteiro foram vítimas de abusos sexuais na infância, um número que deverá
ser inferior ao real, uma vez que muitos destes casos não chegam a ser sequer
denunciados.
No Relatório “Fim da Infância”, produzido em 2017 por esta ONG, que compara dados
de 172 países para estabelecer o ranking
de países onde a infância é mais ou menos ameaçada em todo o mundo, Portugal
está em 6º lugar no Top 10 dos países do mundo onde a infância é menos ameaçada.
Para saber mais sobre
este assunto, consultar:
https://campaigns.savethechildren.net/end-of-childhood?smtrctid=AAFeCG&msource=emecucir0617&utm_source=undes&utm_medium=email-sc&utm_campaign=childhood#googtrans(en|pt)
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