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sábado, 26 de agosto de 2017

Dia Internacional da Igualdade Feminina


A comemoração do Dia Internacional da Igualdade Feminina pretende celebrar a igualdade de género e as conquistas das mulheres na sociedade ao longo da história, num mundo onde a desigualdade continua a ser uma realidade em muitas sociedades.

Se ao longo do século XX as mulheres foram alcançando muitas vitórias, como o direito ao voto, a entrada no mercado de trabalho, no ensino e na vida política, entre outros, hoje são ainda muitas as situações a melhorar, como o fim dos preconceitos e dos estereótipos, a igualdade salarial, o fim da violência ou o fim da discriminação em geral.

A efeméride é comemorada neste dia em alusão à aprovação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão pela Assembleia Nacional Constituinte de França, a 26 de agosto de 1789.
Na sequência da Revolução iniciada em 14 de julho em Paris, com a tomada da Bastilha, e inspirada nos ideais iluministas, esta Declaração afirmava a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão como direitos naturais e imprescritíveis do homem, numa ambiguidade de género que não deixou algumas mulheres indiferentes. Na verdade, a Declaração não contemplava explicitamente as mulheres, às quais não foram concedidos quaisquer direitos, nomeadamente de acesso a instituições públicas, liberdade profissional, direitos de propriedade ou o direito ao voto (este último apenas alcançado em 1944 pelas mulheres francesas).

Em 1791, a escritora Marie Gouze, conhecida por Olympe de Gouges, escreveu a “Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã” (Déclaration des droits de la femme et de la citoyenne), decalcada sobre o modelo da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.



É o primeiro documento da Revolução Francesa a mencionar a igualdade jurídica das mulheres em comparação com os homens e foi elaborado para ser apresentado e votado na Assembleia Nacional em 28 de outubro de 1791. No entanto, a Convenção rejeitou o projeto e a declaração foi ignorada política e academicamente.


Marie Gouze (Olympe de Gouges)
Pintura de Alexander Kucharsky – Fonte da Imagem: Wikipédia
Olympe de Gouges, pseudónimo de Marie Gouze, nasceu em Montauban, a 7 de maio de 1748, e morreu em Paris, a 3 de novembro de 1793. Foi dramaturga, ativista política, feminista e abolicionista.
Escreveu uma peça de teatro anti-esclavagista, L'Esclavage des Nègres, e algumas obras feministas relacionadas com os temas do direito ao divórcio e às relações sexuais fora do casamento. O início da Revolução Francesa é um momento de esperança para Olympe de Gouges que, no entanto, cedo se desilude por constatar que a “igualdade” da Revolução não incluía as mulheres no que se referia aos direitos.
Em 1791, ano em que escreveu a “Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã”, ingressou no Cercle Social, uma associação cujo principal objetivo era a luta pela igualdade dos direitos políticos e jurídicos para as mulheres e que se reunia na casa de Sophie de Condorcet, uma defensora da causa feminista.
Por se envolver ativamente em questões que lhe pareciam injustas, como a condenação à morte de Luis XVI, por ser contra a pena de morte e por se sentir desapontada nas suas expectativas, Olympe de Gouges passou a escrever de forma mais veemente e contundente. No entanto, os Jacobinos não estavam dispostos a aceitar a causa da defesa dos direitos das mulheres: exilaram Sophie de Condorcet e, em 3 de novembro de 1793, guilhotinaram Olympe de Gouges.

Olympe de Gouges ficou esquecida e quase desconhecida até a “Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã” ter sido publicada em 1986 por Benoîte Groult. Desde então, várias homenagens lhe têm sido feitas em França.
Em 6 de março de 2004, foi atribuído o nome Olympe de Gouges a uma praça em Paris. Na sua inauguração, a atriz Véronique Genest leu um excerto da “Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã”. Em 2007, a então candidata à Presidência da Repúblical francesa Ségolène Royal expressou o desejo de que os restos mortais de Gouges fossem movidos para o Panteão. No entanto, como aconteceu a outras vítimas do período da Revolução Francesa conhecido como “o Terror”, a sepultura de Olympe de Gouges numa vala comum impossibilitou a realização deste cerimonial.

Para conhecer a “Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã”, clique em 




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