Fotografar é colocar na mesma linha
a cabeça, o olho e o coração.
Henri Cartier-Bresson
O Dia Mundial da Fotografia comemora-se
anualmente a 19 de agosto. Este dia foi definido pelo governo francês, em 1839,
para assinalar a invenção do processo fotográfico desenvolvido por Louis Jacques Mandé Daguerre, em 1837.
Este processo, a que se deu o nome de daguerreótipo,
foi oficialmente apresentado ao mundo, em 1839, na Academia de Ciências da
França, em Paris, considerado "um presente grátis para o mundo".
Louis Daguerre
Boulevard du Temple (Louis Daguerre)
A câmara de Louis Daguerre
Antes
de Daguerre, o também francês Joseph
Nicéphore Niépce foi o precursor deste processo. Unindo elementos da
química e da física, em 1826 criou a heliografia
(gravação com o sol), sendo a imagem heliográfica feita com uma placa de
estanho derivado de um petróleo fotossensível, podendo ficar cerca de 8 horas em
exposição solar. O processo tinha baixa velocidade de captação e pouca
qualidade de imagem. Nesse invento, Niépce aliou o princípio da "câmara
escura" (utilizada por artistas desde o século XVI, entre eles Leonardo da
Vinci) à característica fotossensível dos sais de prata. Após a morte de
Niépce, Daguerre aperfeiçoou o invento, rebatizando-o como daguerreótipo.
Joseph Nicéphore Niépce
A 1ª fotografia (Joseph Nicéphore Niépce)
A câmara de Niépce
Outro
processo fotográfico, o calótipo,
inventado em 1839 pelo britânico William
Fox Talbot, fez com que este ano de 1839 fosse considerado o ano da
invenção da fotografia. O calótipo (ou talbótipo)
foi um processo fotográfico pioneiro, antecessor da atual fotografia, e que consistia
na exposição à luz, com o emprego de uma câmara escura, de um negativo em papel
sensibilizado com nitrato de prata e ácido gálico. Posteriormente, este é
fixado numa solução de hipossulfito de sódio. Quando pronto e seco, positiva-se
por contacto direto num papel idêntico.
William Fox Talbot
A foto de Talbot
A invenção da
fotografia exerceu uma forte influência sobre as artes plásticas, pois com uma
nova forma de obter imagens da realidade, os pintores e escultores passaram a
ter muito mais liberdade de criação, por não precisarem de se limitar a fazer
uma cópia fiel da realidade. Do impressionismo ao fauvismo ou ao cubismo, do
expressionismo ao abstracionismo ou ao surrealismo, a rutura com os cânones
artísticos foi acontecendo desde finais do século XIX, consequência também desta
nova técnica de captação do real.
Privilegiando a cor ou
o preto e branco, com ou sem photoshop e efeitos de luz/sombra, para arquivo
privado ou para partilhar nas redes sociais, hoje em dia todos somos, de uma ou
de outra forma, fotógrafos em potência. Com o advento da fotografia digital e a
proliferação dos telemóveis com câmaras, praticamente todos podemos aventurar-nos
na fotografia e levar a imagem para onde quisermos. A fotografia serve para
eternizar momentos, para guardar recordações, para registar a história de cada
um ou a história de povos e as transformações do mundo. Acima de tudo, a fotografia
serve para contar histórias em imagens, sem palavras, para mostrar a nossa
visão pessoal do mundo. Ou simplesmente para nos dar prazer enquanto "fotógrafos"...
No dia Mundial da
Fotografia decorrem várias iniciativas para celebrar a data, como workshops, maratonas de fotografia,
concursos e palestras. O Dia Mundial da Fotografia consiste na celebração da
arte de fotografar. Desde o fotógrafo amador ao profissional, neste dia o
objetivo é reviver o amor pela fotografia.
Alguns fotógrafos
célebres:
Henri Cartier-Bresson
Henri
Cartier-Bresson – fotógrafo,
fotojornalista e desenhador francês (Chanteloup-en-Brie, 22 de agosto de 1908 —
Montjustin, 2 de agosto de 2004). Em 1947, juntamente com Robert Capa, Bill
Vandivert, George Rodger e David Seymour, fundou a agência fotográfica Magnum, durante uma exposição no Museu
de Arte Moderna de Nova Iorque (o nome desta cooperativa de fotógrafos terá
sido retirado da marca de champagne com que se comemorava o evento).
Robert Capa
Robert
Capa (pseudónimo de
Endre Ernő Friedmann) – fotógrafo húngaro nascido em Budapeste, a 22 de Outubro
de 1913, foi um dos mais célebres fotógrafos de guerra que cobriu alguns dos
mais importantes conflitos da primeira metade do século XX: a Guerra Civil
Espanhola, a Segunda Guerra Sino-Japonesa, a Segunda Guerra Mundial na Europa
(em Londres, na Itália, a Batalha da Normandia e a liberação de Paris) e no
Norte da África, a Guerra Israelo-Árabe de 1948 e a Primeira Guerra da
Indochina, durante a qual morreu, em 25 de maio de 1954, ao pisar uma mina terrestre
em Thai-Binh.
Alberto Díaz
Gutiérrez, conhecido como Alberto Korda
(Havana, 14 de setembro de 1928 — Paris, 25 de maio de 2001), foi um fotógrafo
cubano que se tornou mundialmente conhecido com a fotografia Guerrillero Heroico, a fotografia que
realizou de forma quase acidental de Che Guevara, no dia 5 de março de 1960, e
que se tornou uma das mais reproduzidas de todos os tempos.
Guerrillero Heroico
Robert Doisneau
Robert Doisneau (14 de abril de 1912 - 1
de abril de 1994) nasceu na cidade de Gentilly, Val-de-Marne, na França. Era um
apaixonado por fotografias de rua, registando a vida social das pessoas que
viviam em Paris, mas também trabalhou em fotografias para publicações em
revistas. A sua fotografia mais famosa será talvez O Beijo do Hotel de Ville (Paris, 1950).
O Beijo do Hotel de Ville
Sebastião Salgado é um fotógrafo brasileiro, nascido em 8 de fevereiro de
1944, em Aimorés, Minas Gerais. Em 1979, depois de passar pelas agências de
fotografia Sygma e Gamma, entrou para a Magnum. É considerado um fotógrafo "comprometido"
com as caudas dos excluídos.
O seu primeiro livro, Outras Américas, sobre os pobres na
América Latina, foi publicado em 1986. Da sua colaboração com a ONG Médicos sem
Fronteiras nasceu Sahel: O homem em
pânico (1986), um livro sobre a seca e a fome na região do Sahel, na
África, registadas entre 1984 e 1985. Entre 1986 e 1992, concentrou-se na
documentação do trabalho manual em todo o mundo, publicada e exibida sob o nome
Trabalhadores rurais. De 1993 a 1999,
voltou a sua atenção para o fenómeno global das migrações em massa, que
resultou nos livros Êxodos e Retratos de Crianças do Êxodo,
publicados em 2000.
Na introdução de Êxodos, escreveu:
"Mais
do que nunca, sinto que a raça humana é somente uma. Há diferenças de cores,
línguas, culturas e oportunidades, mas os sentimentos e reações das pessoas são
semelhantes. Pessoas fogem das guerras para escapar da morte, migram para
melhorar sua sorte, constroem novas vidas em terras estrangeiras, adaptam-se a
situações extremas…".
Ao
longo dos anos, Sebastião Salgado tem colaborado com organizações humanitárias,
incluindo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Alto
Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, (ACNUR), a Organização
Mundial da Saúde (OMS), a ONG Médicos Sem Fronteiras e a Amnistia
Internacional.
Em 2013, publicou,
juntamente com a sua mulher Lélia Wanick Salgado, Genesis, resultado de uma expedição de oito anos para redescobrir
as montanhas, desertos e oceanos, os animais e os povos que até agora escaparam
à marca da sociedade moderna - a terra e a vida de um planeta ainda intocado:
das ilhas Galápagos à Antártida e ao Atlântico Sul; da Papua Ocidental ao
Sudão; das comunidades de Sumatra, aos vulcões da África Central; do Grand
Canyon ao Alasca.
«Cerca de 46% do planeta ainda é como era no tempo da génese [...] Temos
que preservar o que existe», lembra Salgado.
Tendo dedicado tanto
tempo, energia e paixão para a realização deste trabalho, Sebastião Salgado
considera Genesis a sua "carta
de amor para o planeta".
[Fotos retiradas de Google Images]
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