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sábado, 19 de agosto de 2017

Dia Mundial da Fotografia


Fotografar é colocar na mesma linha a cabeça, o olho e o coração.
Henri Cartier-Bresson

O Dia Mundial da Fotografia comemora-se anualmente a 19 de agosto. Este dia foi definido pelo governo francês, em 1839, para assinalar a invenção do processo fotográfico desenvolvido por Louis Jacques Mandé Daguerre, em 1837. Este processo, a que se deu o nome de daguerreótipo, foi oficialmente apresentado ao mundo, em 1839, na Academia de Ciências da França, em Paris, considerado "um presente grátis para o mundo".


Louis Daguerre


Boulevard du Temple (Louis Daguerre)


A câmara de Louis Daguerre

Antes de Daguerre, o também francês Joseph Nicéphore Niépce foi o precursor deste processo. Unindo elementos da química e da física, em 1826 criou a heliografia (gravação com o sol), sendo a imagem heliográfica feita com uma placa de estanho derivado de um petróleo fotossensível, podendo ficar cerca de 8 horas em exposição solar. O processo tinha baixa velocidade de captação e pouca qualidade de imagem. Nesse invento, Niépce aliou o princípio da "câmara escura" (utilizada por artistas desde o século XVI, entre eles Leonardo da Vinci) à característica fotossensível dos sais de prata. Após a morte de Niépce, Daguerre aperfeiçoou o invento, rebatizando-o como daguerreótipo.


Joseph Nicéphore Niépce


A 1ª fotografia (Joseph Nicéphore Niépce)



A câmara de Niépce

Outro processo fotográfico, o calótipo, inventado em 1839 pelo britânico William Fox Talbot, fez com que este ano de 1839 fosse considerado o ano da invenção da fotografia. O calótipo (ou talbótipo) foi um processo fotográfico pioneiro, antecessor da atual fotografia, e que consistia na exposição à luz, com o emprego de uma câmara escura, de um negativo em papel sensibilizado com nitrato de prata e ácido gálico. Posteriormente, este é fixado numa solução de hipossulfito de sódio. Quando pronto e seco, positiva-se por contacto direto num papel idêntico.


William Fox Talbot


A foto de Talbot


A invenção da fotografia exerceu uma forte influência sobre as artes plásticas, pois com uma nova forma de obter imagens da realidade, os pintores e escultores passaram a ter muito mais liberdade de criação, por não precisarem de se limitar a fazer uma cópia fiel da realidade. Do impressionismo ao fauvismo ou ao cubismo, do expressionismo ao abstracionismo ou ao surrealismo, a rutura com os cânones artísticos foi acontecendo desde finais do século XIX, consequência também desta nova técnica de captação do real.
Privilegiando a cor ou o preto e branco, com ou sem photoshop e efeitos de luz/sombra, para arquivo privado ou para partilhar nas redes sociais, hoje em dia todos somos, de uma ou de outra forma, fotógrafos em potência. Com o advento da fotografia digital e a proliferação dos telemóveis com câmaras, praticamente todos podemos aventurar-nos na fotografia e levar a imagem para onde quisermos. A fotografia serve para eternizar momentos, para guardar recordações, para registar a história de cada um ou a história de povos e as transformações do mundo. Acima de tudo, a fotografia serve para contar histórias em imagens, sem palavras, para mostrar a nossa visão pessoal do mundo. Ou simplesmente para nos dar prazer enquanto "fotógrafos"...
No dia Mundial da Fotografia decorrem várias iniciativas para celebrar a data, como workshops, maratonas de fotografia, concursos e palestras. O Dia Mundial da Fotografia consiste na celebração da arte de fotografar. Desde o fotógrafo amador ao profissional, neste dia o objetivo é reviver o amor pela fotografia.
Alguns fotógrafos célebres:

Henri Cartier-Bresson

Henri Cartier-Bresson – fotógrafo, fotojornalista e desenhador francês (Chanteloup-en-Brie, 22 de agosto de 1908 — Montjustin, 2 de agosto de 2004). Em 1947, juntamente com Robert Capa, Bill Vandivert, George Rodger e David Seymour, fundou a agência fotográfica Magnum, durante uma exposição no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (o nome desta cooperativa de fotógrafos terá sido retirado da marca de champagne com que se comemorava o evento).
Robert Capa




Robert Capa (pseudónimo de Endre Ernő Friedmann) – fotógrafo húngaro nascido em Budapeste, a 22 de Outubro de 1913, foi um dos mais célebres fotógrafos de guerra que cobriu alguns dos mais importantes conflitos da primeira metade do século XX: a Guerra Civil Espanhola, a Segunda Guerra Sino-Japonesa, a Segunda Guerra Mundial na Europa (em Londres, na Itália, a Batalha da Normandia e a liberação de Paris) e no Norte da África, a Guerra Israelo-Árabe de 1948 e a Primeira Guerra da Indochina, durante a qual morreu, em 25 de maio de 1954, ao pisar uma mina terrestre em Thai-Binh.
Alberto Korda

Alberto Díaz Gutiérrez, conhecido como Alberto Korda (Havana, 14 de setembro de 1928 — Paris, 25 de maio de 2001), foi um fotógrafo cubano que se tornou mundialmente conhecido com a fotografia Guerrillero Heroico, a fotografia que realizou de forma quase acidental de Che Guevara, no dia 5 de março de 1960, e que se tornou uma das mais reproduzidas de todos os tempos.

Guerrillero Heroico

Robert Doisneau




Robert Doisneau (14 de abril de 1912 - 1 de abril de 1994) nasceu na cidade de Gentilly, Val-de-Marne, na França. Era um apaixonado por fotografias de rua, registando a vida social das pessoas que viviam em Paris, mas também trabalhou em fotografias para publicações em revistas. A sua fotografia mais famosa será talvez O Beijo do Hotel de Ville (Paris, 1950).

O Beijo do Hotel de Ville 

Sebastião Salgado



Sebastião Salgado é um fotógrafo brasileiro, nascido em 8 de fevereiro de 1944, em Aimorés, Minas Gerais. Em 1979, depois de passar pelas agências de fotografia Sygma e Gamma, entrou para a Magnum. É considerado um fotógrafo "comprometido" com as caudas dos excluídos.
O seu primeiro livro, Outras Américas, sobre os pobres na América Latina, foi publicado em 1986. Da sua colaboração com a ONG Médicos sem Fronteiras nasceu Sahel: O homem em pânico (1986), um livro sobre a seca e a fome na região do Sahel, na África, registadas entre 1984 e 1985. Entre 1986 e 1992, concentrou-se na documentação do trabalho manual em todo o mundo, publicada e exibida sob o nome Trabalhadores rurais. De 1993 a 1999, voltou a sua atenção para o fenómeno global das migrações em massa, que resultou nos livros Êxodos e Retratos de Crianças do Êxodo, publicados em 2000.
Na introdução de Êxodos, escreveu:
"Mais do que nunca, sinto que a raça humana é somente uma. Há diferenças de cores, línguas, culturas e oportunidades, mas os sentimentos e reações das pessoas são semelhantes. Pessoas fogem das guerras para escapar da morte, migram para melhorar sua sorte, constroem novas vidas em terras estrangeiras, adaptam-se a situações extremas…".


Ao longo dos anos, Sebastião Salgado tem colaborado com organizações humanitárias, incluindo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, (ACNUR), a Organização Mundial da Saúde (OMS), a ONG Médicos Sem Fronteiras e a Amnistia Internacional.
Em 2013, publicou, juntamente com a sua mulher Lélia Wanick Salgado, Genesis, resultado de uma expedição de oito anos para redescobrir as montanhas, desertos e oceanos, os animais e os povos que até agora escaparam à marca da sociedade moderna - a terra e a vida de um planeta ainda intocado: das ilhas Galápagos à Antártida e ao Atlântico Sul; da Papua Ocidental ao Sudão; das comunidades de Sumatra, aos vulcões da África Central; do Grand Canyon ao Alasca.
«Cerca de 46% do planeta ainda é como era no tempo da génese [...] Temos que preservar o que existe», lembra Salgado.
Tendo dedicado tanto tempo, energia e paixão para a realização deste trabalho, Sebastião Salgado considera Genesis a sua "carta de amor para o planeta".





[Fotos retiradas de Google Images]







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