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terça-feira, 8 de maio de 2018

Exposição de trabalhos de alunos do 8º ano na Biblioteca do ECB


A partir da obra A Salvação de Wang Fô e Outros Contos Orientais, de Marguerite Yourcenar, os alunos do 8º ano criaram pequenos storyboards e ilustrações utilizando lápis de cor, marcadores e caneta preta sobre papel. A montagem, utilizando a técnica do recorte, evoca as lanternas chinesas do reino dos Han.
O velho pintor Wang-Fô e o seu discípulo Ling erravam pelo reino dos Han. O pintor era conhecido por ter o poder de dar vida às suas pinturas por um derradeiro toque de cor. Tinham-se conhecido numa taberna e Ling, de tal forma se modificara pelos ensinamentos de Eang-Fô, que sacrificara a sua fortuna para seguir o mestre.

Um dia são procurados por soldados, algemados e levados ao palácio imperial. Dragão Celeste, o imperador, crescera só e encerrado numa ala do palácio coberta de quadros de Wang-fô. Dragão Celeste acusa Wang-Fô de lhe ter mentido sobre o mundo com as suas pinturas e quer queimar-lhe os olhos e cortar-lhe as mãos…




A Salvação de Wang Fô e Outros Contos Orientais, da escritora francesa Marguerite Yourcenar, traz-nos um conjunto de textos “invulgares, oníricos, com elementos que vão do sobrenatural ao mito e à lenda e que vão beber a inspiração ao Oriente para daí abrirem as suas asas e conseguirem o que apenas a grande literatura consegue: abarcar o mundo, tocar a universalidade. Um pintor assombrado pelas imagens que cria, um herói traído, uma mãe que cuida do filho recém-nascido após a sua própria morte, uma deusa infeliz…Com uma linguagem sublime capaz de desvelar os mais secretos significados, Yourcenar aponta diretamente ao âmago da natureza humana e a noções tão fundamentais como a vida e a morte.” (in www.wook.pt)
Marguerite Yourcenar (pseudónimo de Marguerite Cleenewerck de Crayencour; Yourcenar é um anagrama de Crayencour) nasceu em Bruxelas, a 8 de junho de 1903, filha de pai francês e mãe belga. Foi a primeira mulher a ser eleita para a Academia Francesa de Letras, em 1980.


Com o pai, começou a ler Marco Aurélio, a estudar grego, latim e inglês na mansão dos Crayencour, no Monte Negro, Norte de França, e a viajar, desde cedo, pela Europa.
Em 1923, com 20 anos, numa viagem a Itália, descobre a Villa Adriana. É quando o imperador romano lhe surge pela primeira vez como personagem.
Em 1929, publicou o seu primeiro romance, Alexis ou o Tratado do Vão Combate.
Após a morte do pai, em 1929, Marguerite Yourcenar levou uma vida boémia entre Paris, Lausanne, Atenas, as ilhas gregas, Constantinopla e Bruxelas.
Entre 32 e 39, Yourcenar passa longas temporadas na Grécia, com amigos. Traduz a poesia de Kavafis. A prosa poética de Fogos, publicado em 1936, resultará dessa experiência. O livro, composto por textos com inspirações mitológicas ou religiosas, trata de diversas formas o tema do desespero amoroso e dos sofrimentos sentimentais, tema que seria retomado mais tarde em Golpe de Misericórdia (1939), romance curto sobre um triângulo amoroso durante a guerra russo-polaca de 1920.
Em 1939, publicou A Salvação de Wang Fô e Outros Contos Orientais, com histórias que fazem referência às suas viagens.
Ainda em 1939, e com a Europa conturbada pela proximidade da Segunda Guerra Mundial, mudou-se para os Estados Unidos, onde passou o resto da sua vida, obtendo a cidadania norte-americana em 1947 e ensinando literatura francesa até 1949.
Foi sobretudo após a publicação de Memórias de Adriano, em 1951, que Marguerite Yourcenar se tornou conhecida internacionalmente. Este romance está escrito sob a forma de uma longa carta dirigida por Adriano, velho imperador romano, já minado pela doença, ao jovem Marco Aurélio, que deve suceder-lhe no trono de Roma (século II d. C.). Uma carta em que lhe promete contar toda a verdade, sem as reservas próprias da história oficial. Pouco a pouco, através desta serena confissão, suscitada pelo pressentimento de que a morte se aproxima, ficamos a conhecer os episódios decisivos da vida deste homem notável, que soube pacificar o império, tornar a sociedade romana um pouco mais justa, melhorar a sorte das mulheres e dos escravos.
O sucesso de Marguerite Yourcenar seria confirmado com A Obra ao Negro, em 1968, uma biografia de um herói do século XVI, Zénon, atraído pelo hermetismo e a ciência, romance com que ganharia o Prémio Femina, com voto unânime do júri.
Além de romances, publicou ainda poemas, ensaios (como O Tempo Esse Grande Escultor ou A benefício de inventário) e um livro de memórias, O Labirinto do Mundo, uma trilogia autobiográfica composta por Memórias Piedosas, Arquivos do Norte e O Quê? A Eternidade.
Em 1977, ganhou o Grande Prémio de Literatura da Academia Francesa, pelo conjunto da sua obra.
A sua atração pela Grécia e pelo misticismo oriental encontra-se patente em trabalhos como Mishima ou a visão do vazio (1981) e Como a água que corre (1982).
Marguerite Yourcenar morreu em Mount Desert Island, Estados Unidos da América, a 17 de dezembro de 1987.

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