No dia 18 de
abril, o Professor Doutor Sérgio Rodrigues conversou com os alunos de Ciências
e Tecnologias sobre os contributos da Química ao longo da História, chamando a
atenção para a interpretação científica de pequenas passagens em livros.
A Química tem
contribuído para a resolução de muitos problemas, desde a alimentação da
população, com a descoberta dos adubos e dos agro-químicos e o consequente aumento da produção agrícola,
passando pela pesquisa de energias alternativas, até à utilização de novos
materiais para vestir, calçar e proteger, muitos deles com base no processo de
reciclagem. Lembrar também a evolução da vacinação, da medicação e da
higienização, enfim a luta pela sobrevivência e o aumento da esperança média de
vida. E porque não observá-la atentamente, na pintura, na arquitetura, na
escrita e na sinalética vertical de trânsito?
No entanto, hoje
sabemos que as medidas de crescimento nem sempre foram as mais acertadas e que
por vezes o conhecimento científico foi e é usado, por exemplo, como alavanca
da construção das armas químicas. De acordo com o Professor Doutor Sérgio
Rodrigues, se todas as ciências têm os seus pontos positivos e negativos,
devemos tentar minimizar os menos bons.
Este Professor do Departamento de Química da
Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra deixou-nos ainda
uma lista de sugestões de leitura acompanhada de temáticas relacionadas com
esta ciência. Porque, como refere, “a Química está em todo o lado!”
- Moby Dick, de Herman Melville, e Mau tempo no canal, de Vitorino Nemésio: a química e a caça à baleia e a evolução técnica.
- Arrowsmith de Sinclair Lewis; Deuses e demónios da medicina e Domingo à tarde, de Fernando Namora; O crime do padre Amaro e Os Maias, de Eça de Queiroz; O terceiro homem, de Graham Greene: a evolução técnica e química da medicina.
- Amadeo, de Mário Cláudio, e O perfumista, de Joaquim Mestre: medicamento atual para a gripe e memória da gripe pneumónica.
- O crime do padre Amaro, de Eça de Queirós; O som e a fúria, de William Faulkner; e a Balada da praia dos cães, de José Cardoso Pires: aspetos indiretos da evolução química e social da contraceção.
- Escritores como Mário de Sá Carneiro, Ângelo de Lima, Sylvia Plath, Florbela Espanca ou David Foster Wallace para o estudo da memória e reflexos de comportamentos depressivos ou psicopatológicos e tratamento de doenças mentais e doenças degenerativas.
- Cinzas do Passado, de Martin Suter, uma história que envolve a doença de Alzheimer.
- A primavera silenciosa, de Rachel Carson, e o nascimento do movimento ecologista.
- O admirável mundo novo, de Aldous Huxley, e a crítica do progresso técnico distópico.
- Lírica de Camões (“Amor é fogo que arde sem se ver…”) e Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco: sobre a química do amor.
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