Exposição
fotográfica, da autoria de Filipa Bessa, investigadora do Centro de
Investigação MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, da Faculdade de
Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Filipa Bessa tem estudado ao
longo dos anos a poluição marinha e começou a fotografar os microplásticos que
encontrava nos rios, nas praias, em estômagos de peixes ou em mexilhões.
A investigadora e autora da Exposição
Filipa Bessa
Com
esta Exposição, constituída por imagens ampliadas de microplásticos recolhidos
no ambiente, pretende-se alertar para os seus efeitos nefastos nos ecossistemas
aquáticos e despertar consciências para a problemática da poluição por
(micro)plásticos nos nossos rios, mares e oceanos.
Segundo
Filipa Bessa, o objetivo destas fotografias é “criar confusão” e, da forma como
estão compiladas, até ao ser humano confunde. A mesma confusão que os animais
marinhos “sentem em ambiente real”, quando “encontram um pedaço de plástico e o
confundem com o seu próprio alimento”, acabando por ingeri-lo “de forma
aleatória ou por engano”. Por isso mesmo, Filipa Bessa batizou o conjunto de
fotografias de Zooplastics: “Todos os
microplásticos que, de certa forma, nos fazem lembrar animais.”
Os
microplásticos são fragmentos de plástico menores do que 5 milímetros. Os primários
são grânulos de resinas para o fabrico de plástico. Os secundários resultam da
fragmentação de plásticos de maiores dimensões, por degradação fotoquímica e
abrasão. Encontram-se nas praias e no oceano à superfície, em suspensão na
coluna de água, ou já depositados nos fundos. São facilmente confundidos pelos
animais marinhos com alimento devido ao seu aspeto e tamanho e, por isso, são
também vetores potenciais na exposição dos organismos marinhos a poluentes
persistentes orgânicos de elevada toxicidade, constituindo uma ameaça para os
organismos marinhos, não só pela possível obstrução mecânica do aparelho
digestivo, mas também pelos efeitos tóxicos dos poluentes persistentes
orgânicos.
A
poluição por plásticos é atualmente um dos principais desafios ambientais com
que as sociedades se deparam. Por ano, estima-se que oito milhões de toneladas
de plástico terminam no Oceano e recentes projeções do Fórum Económico Mundial
referem que, em 2050, poderá haver mais plásticos do que peixes nos Oceanos.
LIXO
MARINHO
Considera-se
lixo marinho qualquer material duradouro, fabricado ou processado que é
descartado, eliminado ou abandonado na costa ou no mar. É formado por
diferentes resíduos, a maioria materiais que se degradam lentamente. Mais de
80% do lixo marinho na UE é constituído por plástico, sobretudo plásticos
descartáveis e artes de pesca. Tem diferentes impactos negativos quer ao nível
económico (custos com limpeza das praias), quer ambiental, nomeadamente através
do aprisionamento e da ingestão.
Para
mais informação sobre este assunto, consultar:
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