“A única coisa que sei é que há imensos livros que ainda não foram escritos e que as 26 letras do alfabeto têm mais potencial do que a cabeça de todos os homens que existem sobre a face da Terra.”
Jostein Gaarder e Klaus Hagerup –
A biblioteca mágica. Lisboa: Editorial Presença, 2002. 1ª edição. Tradução do
norueguês de José J. C. Serra.
Neste livro infanto-juvenil
escrito por Jostein Gaarder com a parceria de Klaus Hagerup, conhecemos Nils,
um rapazinho de doze anos que acaba de regressar a Oslo depois das férias
escolares de verão, passadas em companhia da sua prima Berit, na cidade de
Fjærland, interior da Noruega. Para não deixarem de se falar, os dois decidem recorrer
às cartas, numa espécie de livro-diário, onde contam tudo o que acontece, não só
no seu dia a dia, mas também à sua volta. Esta espécie de epistolário é um
caderno fechado com um cadeado, cada um dos primos tem uma chave, e o livro
circulará entre um e outro pelo correio à medida que vão escrevendo.
No dia que Nils vai à livraria comprar
o caderno, encontra uma mulher estranha, alguém que ele e Berit haviam visto de
passagem durante as férias, que lhe oferece dinheiro e faz questão de ajudar
Nils a comprar o diário como uma espécie de patrocínio. Apesar de achar tudo
muito misterioso e insólito, Nils aceita e conta tudo à sua prima Berit na primeira
carta que lhe escreve. No mesmo dia, e antes de Berit ler a carta do primo, depara
na rua com a mesma mulher em Fjaerland, e, seguindo-a, encontra acidentalmente um
envelope que a mulher deixou cair da mala. Nesse envelope havia uma estranha carta,
dirigida a uma tal Lilli (que mais tarde Berit descobre ser conhecida por LILII
DOS LIVROS), uma bibliógrafa a quem alguém pede ajuda para desvendar o mistério
de um livro que já existe, mas que apenas será publicado no ano seguinte, um
livro que fará parte de uma certa «biblioteca mágica» que contém os livros que
ainda não foram escritos.
Como dois jovens detetives, os
dois primos vão investigar as indicações misteriosas que encontram na carta, o
que se transforma numa descoberta ou num reencontro com o mundo dos livros,
desde os mais antigos até aos mais atuais, onde se revelam a todos os leitores
importantes características das diferentes épocas do livro.
Em A Biblioteca Mágica, onde o grande herói é sem dúvida o livro e a sua
história, acompanhamos a aventura de Nils e Berir, numa narrativa cheia de
suspense, e vamos conhecendo e aprendendo como foi escrito e surgiu o livro, o
que são incunábulos, o que é a Classificação Decimal de Dewey (a base do
sistema que hoje usamos para classificar documentos, a Classificação Decimal
Universal, e que encontramos na organização de todas as bibliotecas públicas e
escolares) e conceitos como Bibliógrafo, Bibliófilo, Biblioteconomia, Plágio,
são trazidos à tona e explicados de forma simples e lúdica para que todos os leitores
também possam entendê-los.
Esta é uma história que incita ao
amor pelos livros, pela criatividade, pela liberdade de expressão e com a qual
percebemos que cada livro torna uma biblioteca mágica. Cada livro é único e
guarda um segredo, um mistério, uma beleza, um conselho, enfim, é especial.
Jostein Gaarder nasceu em Oslo em
1952. Formou-se em Filosofia e lecionou durante alguns anos as disciplinas de
História das Ideias e História das Religiões no Ensino Secundário. Após a
publicação de O Mundo de Sofia (1991),
que rapidamente se tornou um enorme sucesso, traduzido em mais de 60 línguas e
com mais de 40 milhões de exemplares vendidos, Gaarder passou a dedicar-se exclusivamente
à atividade literária como autor de romances filosóficos, contos e histórias
infantis, entre os quais O Mistério do
Jogo das Paciências, O Enigma e o
Espelho, A Vida É Breve, Maya, O Vendedor de Histórias, A
Rapariga das Laranjas, O Castelo dos
Pirenéus e A Biblioteca Mágica.
O Mundo de Sofia, publicado em 1991, é o trabalho mais conhecido de
Jostein Gaarder, um livro que é tanto um romance, como um guia básico de história
da filosofia.
Sofia Amundsen é uma menina de catorze
anos que vive com a mãe na Noruega, em 1990 (o pai é capitão de um navio
petroleiro e fica fora a maior parte do ano, não aparecendo no livro).
Menina curiosa, Sofia vê a sua vida
transformada quando recebe na caixa de correio duas mensagens anónimas, uma com
a pergunta "Quem é você?" e a outra que questionava "De onde vem
o mundo?". Recebe também um cartão postal endereçado à "Hilde Møller
Knag a/c Sofia Amundsen". A partir de então, através de comunicações
misteriosas, Sofia torna-se aluna de um filósofo, Alberto Knox, de cinquenta
anos, e passa a receber um curso de história da filosofia por correspondência.
Klaus Hagerup (Oslo, 5 de março de 1946 – Oslo, 20 de dezembro de
2018) foi poeta, dramaturgo, encenador, escritor, diretor teatral e autor de
livros premiados na Noruega.
Entre as suas obras mais conhecidas, encontra-se A Menina que Queria Salvar os Livros, a história de Anna, uma menina que tem quase 10 anos e adora ler. A sua paixão pelos livros é tal que passa a maior parte do tempo livre na biblioteca e a sua melhor amiga é a bibliotecária Monsen. Um dia, porém, a Senhora Monsen conta-lhe algo absolutamente devastador: os livros que ninguém lê são destruídos. Só Anna pode evitar a tragédia que seria perdermos o acesso a todos esses mundos e personagens mágicos. A Menina que Queria Salvar os Livros é a história poderosa de um amor inspirador e sem limites: o amor pela literatura.
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