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sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Prémio Leya 2017


O Prémio Leya 2017, o maior para uma obra inédita escrita em Língua Portuguesa, foi hoje atribuído ao escritor João Pinto Coelho com o romance Os loucos da rua Mazur.
João Pinto Coelho, que nasceu em Londres, em 1967, já tinha sido finalista do Prémio Leya, em 2014, com o romance Perguntem a Sarah Gross.
Licenciado em Arquitetura, este escritor viveu a maior parte da sua vida em Lisboa. Passou várias temporadas nos Estados Unidos da América, onde chegou a trabalhar num teatro profissional, perto de Nova Iorque.

Em 2009 e 2011, integrou duas ações do Conselho da Europa que tiveram lugar em Oświęcim, onde ficava o campo de concentração de Auschwitz, trabalhando de perto com diversos investigadores do Holocausto. Foi durante este período na Polónia que concebeu e implementou o projeto “Auschwitz in 1st Person/A Letter to Meir Berkovich” e que surgiu a ideia para o seu romance de estreia, Perguntem a Sarah Gross, sobre uma mulher carismática e misteriosa que dirige o colégio mais elitista da Nova Inglaterra, nos Estados Unidos da América. “Perguntem a Sarah Gross é um romance trepidante que nos dá a conhecer a cidade que se tornou o mais famoso campo de extermínio da História”, refere a sinopse disponível no sítio da Leya.


Com o romance agora premiado Os loucos da rua Mazur, João Pinto Coelho regressa à Polónia, em dois tempos distintos: a Segunda Guerra Mundial e a atualidade.
O Presidente do Júri do Prémio Leya, Manuel Alegre, salientou que “Os loucos da rua Mazur” foi premiado «pela sua qualidade literária e também pela sua singularidade», uma vez que retrata a violência cometida numa «pequena comunidade da Polónia». Ao contrário de outras obras sobre a Segunda Guerra Mundial, o romance de João Pinto Coelho aborda a «crueldade cometida pela comunidade sobre a própria comunidade. [...] É uma das comunidades que extermina outra, não se passa em Auschwitz».

Ainda segundo Manuel Alegre, este é «um livro muito bem escrito, com muita força», que aborda a temática do extermínio dos judeus, acrescentando que o romance tem «personagens fortíssimas» e cujas «qualidades de efabulação e verosimilhança em episódios de violência brutal com motivações ideológico-políticas e étnico-religiosas, emergindo de uma convivência comunitária multissecular» foram as mais apreciadas pelos jurados. «De igual modo, o júri valorizou a criação de personagens com densa singularidade existencial, no triângulo perturbador de amizade e conflito amoroso dos protagonistas, tal como de figuras secundárias com valor simbólico». Para o júri, é ainda «de salientar a força humana de um protagonista, o velho livreiro cego, que irá ficar como uma figura inesquecível da nossa ficção mais recente».



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