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quinta-feira, 23 de novembro de 2023

Dia Mundial em Memória das Vítimas da Estrada - sugestões de leitura

 


No dia 19 de novembro comemorou-se o Dia Mundial em Memória das Vítimas da Estrada, uma efeméride criada para honrar a memória das vítimas dos acidentes rodoviários e os seus familiares, bem como o trabalho dos serviços de emergência.

Em 1995, a Federação Europeia de Vítimas da Estrada – FEVR instituiu o terceiro domingo de novembro como o Dia Europeu em Memória das Vítimas da Estrada. Mais tarde, a Assembleia Geral das Nações Unidas, através da Resolução 60/5 de 26 de outubro de 2005, reconheceu a necessidade de se assinalar este dia em todo o globo.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde,

“As lesões causadas por acidentes de viação constituem um sério e negligenciado problema de saúde pública a nível mundial, que requer esforços concertados para uma prevenção eficaz e sustentável. De todos os sistemas com os quais temos de lidar diariamente, os sistemas de trânsito rodoviário são os mais complexos e perigosos. Estima-se que, anualmente e em todo o mundo, cerca de 1,2 milhões de pessoas morrem e 50 milhões são feridas em consequência de acidentes de viação. As projeções indicam que estes números vão aumentar em cerca de 65% nos próximos 20 anos, a menos que exista um novo empenho na prevenção. Ainda assim, a tragédia por trás destes números atrai menos a atenção dos media do que qualquer outro tipo de tragédia menos frequente.”

A Liga de Associações pela Cidadania Rodoviária, Mobilidade Segura e Sustentável, ESTRADA VIVA – Liga contra o Trauma, organiza em Portugal as comemorações relacionadas com este Dia da Memória.

“O espírito desta celebração é de que a evocação pública da memória daqueles que perderam a vida ou a saúde nas estradas e ruas nacionais significa um reconhecimento, por parte do Estado e da sociedade, da trágica dimensão da sinistralidade, e ajuda os sobreviventes a conviver com o trauma de memórias dolorosas resultantes de acidentes rodoviários. A morte e lesão por acidente de viação são ocorrências repentinas, violentas e traumáticas, e o seu impacto duradouro, por vezes, permanente. A cada ano, milhões de enlutados e vítimas de todo o planeta juntam-se aos muitos milhões que já sofrem em resultado de acidentes de viação.”

Só no primeiro semestre de 2023, os dados oficiais indicam, em Portugal, o registo de 238 vítimas mortais, 1226 feridos graves e 19 886 feridos leves em território nacional.

Em setembro de 2020, a Assembleia Geral da ONU adotou a resolução A/RES/74/299 «Melhorar a segurança rodoviária global», designando a Década de Ação para a Segurança Rodoviária 2021-2030, com a ambiciosa meta de prevenir pelo menos 50% das mortes no trânsito e lesões até 2030. Neste âmbito, cada ano será dedicado a mostrar as diferentes razões pelas quais são necessárias diferentes ações.

Este ano, o tema escolhido é «Lembrar. Apoiar. Agir.» e é destacada a importância da justiça: a aplicação das leis de trânsito, a investigação minuciosa após um acidente para descobrir se foi cometido um crime e para evitar que se repita, o processo penal quando apropriado e a indemnização civil fazem parte do sistema de justiça.



A Associação Portuguesa de Seguradores sugere a leitura dos livros de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada


Encontro acidental - a história de Paulo, fundador e pianista de um grupo musical, e de Sara, uma condutora, mãe solteira, dona de um negócio próprio de comida saudável, sempre atarefada, que atropela Paulo. No decurso desta história, entra em cena uma perita de seguros, que vai investigar as circunstâncias deste acidente e verificar se as condições estão reunidas para os seguros poderem funcionar.


Bicicletas e trotinetas. Sim ou não?: 5 contos que salientam as vantagens, os riscos e a importância do cumprimento das regras associadas à mobilidade suave partilhada. Este livro inclui, em cada história, uma componente informativa e, ainda, contextualizações históricas, elementos informativos e questões para reflexão e debate que podem ser abordadas em contexto de sala de aula.





terça-feira, 14 de novembro de 2023

À MANEIRA DE PESSOA - Trabalho de alunos do 12º C

 

À MANEIRA DE PESSOA

De início pensaram em quadras. Foi proposto aos alunos do 12º C escrever à maneira de Fernando Pessoa – o verso breve, o vocabulário corrente, a inspiração tradicional...

Nem sempre escolheram quadras, ou sequer redondilhas, mas a musicalidade, a melancolia subtil, as inquietações do poeta, a idealização da infância perdida – tudo isso eles captaram e tornaram em algo seu. Foi uma bela surpresa!

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Nas múltiplas máscaras que criei,
No meu ser fragmentado me encontrei.
Em cada verso a alma se entregou,
Fernando Pessoa em mim se revelou.

Afonso Fonseca Catarino

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No vasto mar da vida, onde navegamos sem fim,
Somos barcos à deriva, perdidos em nós mesmos assim.
Nas ondas do sonho, procuramos o sentido,
Mas o mistério da existência permanece escondido.

Ana Laura L. T. S. Fonseca

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Em seus escritos, a busca pelo ser verdadeiro,
As incertezas do eu num jogo pioneiro.
Em cada palavra, um labirinto se formou,
As incertezas da vida ele eternizou.

Alice Mateus Mendes

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Na infância os sonhos eram meu tesouro,
Um mundo de magia, brilho e calor.
Na inocência encontrei cada sonho de ouro,
No coração da infância floresceu o amor.

Augusto Almeida Marques

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Na infância, sorrisos a brilhar,
Mundos de sonho a explorar.
É a inocência que nos guia,
Tempo mágico de encantar.

Catarina Afonso M. Belo

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No silêncio da noite escura e fria,
A alma vagueia em busca da verdade,
Como o poeta que na poesia
Descobre o mundo, em sua diversidade.

Daniela Raimundo Lourenço

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Num sonho, a noite revela-se,
Mundos de magia e a mente a dançar.
Um mundo que é só meu,
E onde a imaginação pode voar.

Dinis Santos Dias

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Doce música chega ao ouvido,
Nostalgia invade o peito,
P’la melodia sinto-me atraído,
A realidade volta e fico desfeito.

Francisco Manuel L. P. Couto

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Nostalgia da infância que me invade:
Lembro sonhos de criança, pura saudade,
Tempo de inocência, felicidade.
Fernando Pessoa, alma, eternidade.

Inês Silva Morais

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Na rua da incerteza, caminho sozinho,
Em mim, múltiplos "eus" buscam seu destino.
Fado incerto, alma inquieta, sem caminho,
Sou Pessoa, sou ninguém, sou meu próprio desatino.

José Rosa Valentim

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Vi uma lagarta que em borboleta se transformou,
Levou-me para um passado que por mim voou.
Sonhos de crianças, corridas passageiras,
Amores perdidos, mortes ligeiras.
À noite adormeço a pensar em ti
Em quanto te amei, no amor que perdi.

Luís Afonso G. Tomás

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Doce Infância
Na infância, a inocência nos guiava
E a magia do mundo ela revelava:
Amigos verdadeiros, laços que não quebravam,
E tantas memórias doces que nunca se apagaram.

Maria Beatriz F. Grosa

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A cada dia que passa
Fico mais devastado.
Penso em maçadas.
Tudo me deixa acabrunhado.

Maria Rafael Marques

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Nas palavras de Pessoa, o ser a questionar,
Múltiplas vozes, o eu a desdobrar,
Em versos profundos, a alma a sondar.
Fernando Pessoa, fazes-me pensar.

Marta Fonseca António

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Tento viver no agora
Sem pensar no futuro,
Para quando chegar a hora,
Não estar farta de tudo.

Matilde Duarte Mateus

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A vida é escola, o saber é voar,
Aprender é o segredo, sem se cansar.
Nas estradas da vida, desafios encarar,
Superar obstáculos e soluções encontrar.

Rafael André R. Santos

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Sob o luar de prata a brilhar,
Segredos da noite a desvendar,
No silêncio, alma a meditar,
Nas estrelas, histórias a contar.

Rafael Lourenço Catarino

12/11/2023

In:
https://pluraluniverso.blogspot.com/2023/11/a-maneira-de-pessoa.html


quinta-feira, 19 de outubro de 2023

Sugestão de leitura - O Poder da Geografia, de Tim Marshall

 



O Poder da Geografia. Dez mapas que revelam o futuro do mundo, de Tim Marshall (Editora Desassossego, chancela do grupo Saída de Emergência, 2021).

Depois de Prisioneiros da Geografia, publicado em Portugal em 2017, o jornalista inglês Tim Marshall lança-nos neste novo livro o desafio para refletirmos sobre de que forma a geografia é um fator-chave na limitação do que a Humanidade pode ou não fazer. Embora a política tenha obviamente importância, para Tim Marshall, a geografia é ainda mais importante: as escolhas dos líderes são limitadas por montanhas, rios, mares e betão.



Tim Marshall é considerado uma autoridade em Relações Internacionais, com mais de vinte e cinco anos de experiência jornalística. Foi editor de Diplomacia na Sky News, tendo trabalhado anteriormente na BBC.

Como jornalista, esteve presente em mais de quarenta países e cobriu os conflitos na Croácia, Bósnia, Macedónia, Kosovo, Afeganistão, Iraque, Líbano, Síria e Israel.

Neste novo livro, apresenta-nos as dez regiões que estão destinadas a transformar a política e o poder global. Em dez capítulos – da Austrália à Grécia, do Reino Unido à Etiópia ou do Irão ao Espaço –, o autor explica como as características geográficas e físicas de uma região afetam as decisões tomadas pelos seus líderes.

Por que razão a atmosfera da Terra será o próximo campo de batalha, a luta pelo Pacífico está apenas no início ou a próxima crise de refugiados na Europa está mais próxima do que se imagina são apenas algumas das respostas que podemos encontrar neste livro.


segunda-feira, 26 de junho de 2023

Trabalho de Biologia do 12º A: Projeto: "Make it Open"

 


Quão limpo é o nosso ar?

Projeto "Make it Open" - Trabalho de alunas do 12º A, realizado na disciplina de Biologia sob orientação da professora Carla Dias.




Imunitário, a revista digital produzida por alunas do 12º A




A revista digital produzida por alunas do 12º A na disciplina de Biologia.

DOENÇAS QUE AFETAM O NOSSO SISTEMA IMUNITÁRIO E COMO AS PODEMOS PREVENIR

ENTREVISTAS EXCLUSIVAS

JOGOS INTERATIVOS


Biologia - trabalhos realizados por alunos do 12ºA


Partilhamos alguns trabalhos realizados pelos alunos do 12º A na disciplina de Biologia, orientados pela professora Carla Dias.

Reprodução e Manipulação da Fertilidade

Reprodução Humana (webnode.pt)

Controlo da Fertilidade (webnode.pt)

Jogo Trivial: Controlo de Fertilidade (genial.ly)


Património Genético

Património Genético (webnode.pt)



Imunidade e Controlo de Doenças

Sistema Imunitário (webnode.pt)



Preservar e Recuperar o Ambiente

Preservar e Recuperar o Ambiente (genial.ly)

sexta-feira, 2 de junho de 2023

Sugestão de leitura - O Alienista

 


Obra do PNL recomendada para o 9º ano, O Alienista, de Machado de Assis, publicado em 1882, é uma obra literária humorística que conta a história do Dr. Simão Bacamarte, médico psiquiatra, homem da ciência (o “alienista”, segundo a designação da época), que cria a Casa Verde, um asilo em Itaguaí, um local para realizar estudos inéditos sobre a mente humana, mas que acaba por se perder na sua própria loucura. "Eram furiosos, eram mansos, eram monomaníacos, era toda a família dos deserdados do espírito." Mas quem eram, afinal, os loucos? Neste conhecido conto da literatura brasileira, Machado de Assis reflete sobre a fronteira entre a sanidade e a loucura, ao mesmo tempo que constrói um retrato crítico da sociedade da época.

Formar Leitores pela Arte - Exposição "O Alienista"

 


A partir da análise de capítulos da obra O Alienista, de Machado de Assis, os alunos do 9º ano realizaram, na disciplina de Educação Visual, uma leitura coletiva que resultou no desenho de formas relativas aos personagens, ambientes ou ações descritas no texto, tratadas graficamente adotando o processo de síntese-simplificação por nivelamento ou o tratamento da mancha com alto contraste, através da análise das obras da artista plástica Lourdes Castro (1930-2022).






Autor do mês de junho - Machado de Assis

 


Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no dia 21 de junho de 1839, no Rio de Janeiro, cidade onde faleceu a 29 de setembro de 1908. Poeta, romancista, cronista, dramaturgo, contista, folhetinista, jornalista e crítico literário (da sua extensa obra constam dez romances, 205 contos, dez peças teatrais, cinco coletâneas de poemas e sonetos, e mais de seiscentas crónicas), é considerado por muitos críticos, estudiosos, escritores e leitores o maior nome da literatura brasileira, introdutor do Realismo no Brasil, com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, em 1881.

Machado de Assis era filho de um descendente de negros alforriados e de uma portuguesa da ilha de São Miguel. Na sua condição de mestiço, testemunhou a abolição da escravatura e as mudanças políticas no Brasil quando a República substituiu o Império, sendo um grande comentador e relator dos eventos político-sociais de sua época.

(texto em construção)


terça-feira, 18 de abril de 2023

Seguindo "Os passos de Saramago" - trabalho de alunos do 11º D (1)


A visita à Exposição “Voltar aos passos que foram dados”, exposição evocativa da vida e obra de José Saramago que, durante o mês de março de 2023, esteve patente na Biblioteca do ECB, inspirou os alunos do 11º D na produção de excelentes trabalhos. Foram realizados na disciplina de Literatura Portuguesa, sob orientação da professora Luísa Rocha.


Isto é Matemática!

 "Isto é Matemática" pretende, de uma forma simples e realista, apresentar como a Matemática nos rodeia em grande parte da nossa vida.

A atual 13.ª temporada conta com o financiamento e apoio institucional da Fundação para a Tecnologia e Ciência, da Fundação Calouste Gulbenkian, da NOVA - New School of Science & Technology e do Novamath - Center For Mathematics + Aplications.

Apresentado por Rogério Martins, matemático e professor universitário, escrito e encenado por Tiago DaCunha Caetano, realizado por Tiger da Silva e com Produção Sigma 3, o programa "Isto é Matemática" é emitido pela SIC, SIC Notícias, SIC Radical e SIC Internacional.
O programa estreou a 13 de Outubro de 2012 e já vai na temporada 13.
Todos os programas estão disponíveis no Youtube no endereço https://www.youtube.com/@istoematematica.
Para mais informações visita o site http://istoematematica.com.

quarta-feira, 5 de abril de 2023

As velas ardem até ao fim - uma sugestão de leitura

 


«Quem sobrevive ao outro é sempre traidor. [...] Sobreviver a alguém, a quem amámos tanto que teríamos sido capazes de matar por ela, sobreviver a alguém a quem estávamos ligados de tal maneira que quase morremos por isso, é um dos crimes mais misteriosos e inqualificáveis da vida.»

In As Velas Ardem até ao Fim


Para a maior parte dos leitores portugueses, Sándor Márai tornou-se conhecido a partir da publicação em Portugal do romance As Velas Ardem até ao Fim. Considerado por leitores e pela crítica como um dos melhores romances escritos no século XX, apresenta-nos a história de dois homens, amigos inseparáveis na juventude, que, depois de mais quarenta anos sem se verem, se sentam a jantar para uma conversa decisiva num pequeno castelo de caça na Hungria, onde outrora se celebravam elegantes saraus e cujos salões decorados ao estilo francês se enchiam da música de Chopin. O esplendor de então já não existe, tudo anuncia o final de uma época. Um dos homens, Konrád, o rapaz pobre, descendente de Chopin, que sonhava secretamente com uma carreira como músico, passou muito tempo no Extremo Oriente; o outro, Henrik, o militar de sucesso, filho abastado de uma família nobre, pelo contrário permaneceu na sua propriedade na Hungria. Mas ambos viveram à espera deste momento, e, no final da vida, vão falar de uma mulher e de um segredo, cuja força ditou uma separação irreparável.


sábado, 1 de abril de 2023

Sándor Márai – autor do mês de abril

 


Sándor Márai nasceu no dia 11 de abril de 1900, em Košice, uma pequena cidade da Hungria, hoje pertencente à Eslováquia. Filho de um advogado e de uma professora, é considerado um dos maiores escritores da língua húngara, tendo publicado mais de quarenta livros, sobretudo romances, mas também poesia e peças de teatro.

No início dos anos 20 do século passado, Miklós Horthy chega ao poder na Hungria, como regente do Reino da Hungria, lugar que ocupou até 1944. A sua política à frente de um governo nacional-conservador, que teve como grandes atos a proibição da existência de partidos comunistas e a adoção de uma política que visava recuperar os territórios perdidos pela Hungria após a Primeira Guerra Mundial, levou Sándor Márai a autoexilar-se, primeiro na Alemanha, vivendo em Berlim e em Frankfurt, cidade onde começou a trabalhar como jornalista; mais tarde, já em França, onde foi correspondente em Paris do Frankfurt Zeitung.

Publicou o seu primeiro romance quando tinha 24 anos. Tendo alcançado grande sucesso na Hungria, em 1945 foi eleito membro da Academia Húngara de Ciências.

Liberal acima de tudo, verdadeiro amante dos valores morais e civis, em 1948, em clara oposição ao regime comunista instaurado no país e com plena convicção de que jamais poderia experimentar o seu ideal de liberdade numa sociedade dominada pelo comunismo, Sándor Márai sai de Budapeste num novo autoexílio, tendo emigrado para os Estados Unidos e adquirido a cidadania americana.

Sándor Márai escreveu sempre em húngaro e produziu a maior parte das suas obras no período entre 1928 e 1948. Respeitado por todos e estimado como um dos maiores escritores da literatura centro-europeia, o facto de sempre se manifestar como um crítico inconformado com a ascensão do comunismo levou o regime húngaro a proibir toda a sua obra. Se na Hungria a obra de Márai acabou por cair no esquecimento, no Ocidente alguns emigrantes húngaros continuaram a publicá-lo.

Foi preciso esperar até à queda do regime comunista, para que este escritor fosse redescoberto no seu país e no mundo inteiro.

Em 1979, depois de passar algum tempo na Suíça, na Itália e em França, Sándor Márai muda-se para San Diego, Califórnia, onde se suicidou, em 1989, poucos meses antes da queda do muro de Berlim.

Nos seus últimos escritos, Diários 1984-1989 (ainda não publicados em Portugal), Sándor Márai conta como acompanhou a lenta morte da mulher, Lola, e decidiu comprar um revólver para evitar um fim semelhante e sofrido. A força da sua literatura esteve sempre na sua descrença e na aceitação do seu destino. Defensor da liberdade, incluindo a de escolher como morrer, talvez o seu suicídio seja a mensagem mais forte que nos deixou em defesa desse valor.

Em 1990, Sándor Márai recebeu postumamente o Prémio Kossuth, patrocinado pelo governo húngaro.


Obras de Sándor Márai publicadas em Portugal

(*) no catálogo da biblioteca do ECB

  • As velas ardem até ao fim (*)
  • Embers (versão em língua inglesa de As velas ardem até ao fim) (*)
  • A mulher certa (*)
  • A herança de Eszter (*)
  • A gaivota
  • A conversa de Bolzano
  • A irmã
  • A ilha
  • Divórcio em Buda
  • Rebeldes


terça-feira, 14 de março de 2023

Dia Internacional da Matemática

 O Dia Internacional da Matemática celebra-se todos os anos, desde 2019, no dia 14 de março.

Até 2019, o dia 14 de março era conhecido mundialmente como o Dia do Pi. A data é escrita como 3/14 em alguns países e 3,14 é o valor aproximado de Pi.

O Dia Internacional da Matemática é uma iniciativa da União Internacional de Matemática, organização dedicada à cooperação internacional no domínio da Matemática, e teve o apoio de várias sociedades científicas, incluindo a SPM (Sociedade Portuguesa de Matemática) e a APM (Associação de Professores de Matemática).

Neste ano letivo, a maioria das turmas do 3.º Ciclo desenvolveu um DAC com o tema “Matemática para todos”, envolvendo as disciplinas de Matemática, TIC, EV e Português e como produto final enfeitaram a porta da sua sala de aula.



Para conheceres um pouco da história da Matemática através de uma aplicação interativa, clica no seguinte link: 

https://view.genial.ly/6207d5b7619270001168e2ca/interactive-content-historia-da-matematica-or-g500-ecb

quinta-feira, 2 de março de 2023

Natália Correia – autora do mês de março

 


Natália Correia nasceu na Fajã de Baixo, ilha de São Miguel, a 13 de setembro de 1923, e morreu em Lisboa, a 16 de março de 1993.

No ano em que se comemora o centenário do seu nascimento, recordamos este nome grande da literatura portuguesa, cuja obra percorreu vários géneros: poesia, romance, contos, ensaio, teatro, além da tradução e de colaborações com revistas e jornais nacionais e estrangeiros.

A viver em Lisboa desde os 11 anos, cidade onde inicia os estudos liceais, Natália Correia publicou a sua primeira obra em 1945, o romance infantil Grandes Aventuras de um Pequeno Herói. Depois de um segundo romance, Anoiteceu no Bairro, publicado em 1946, Natália Correia estreia-se na poesia, saindo em 1947, Rio de Nuvens. Afirma-se então como poetisa, como gostava de ser chamada: «...poetisa. Sim, chamar-lhe-ei poetisa. A homenagem que distingue o génio poético feminino com o prémio de lhe masculinizar o estro ultraja uma poesia que quer feminizar o mundo com a magia da sua claridade lunar» (do prefácio que escreveu à obra Diário do Último Ano, autobiografia de Florbela Espanca, publicada em 1981).

Até 1993, ano da sua morte, foram mais de 40 os títulos que deu à estampa, entre os quais se contam, além da poesia e do romance, antologias, ensaios, peças de teatro, o livro de viagens Descobri Que Era Europeia: impressões duma viagem à América (1951) e o diário Não Percas a Rosa. Diário e algo mais (25 de Abril de 1974 - 20 de Dezembro de 1975), publicado em 1978.

Politicamente ativa e comprometida, com uma forte e polémica personalidade, livre de convenções sociais, ainda durante a ditadura do Estado Novo reunia na sua casa uma das mais vibrantes tertúlias de Lisboa, onde compareciam destacadas figuras das artes, das letras e da política (oposicionista), quer portuguesas, quer internacionais. Tomou parte ativa nos movimentos de oposição ao Estado Novo, tendo participado no MUD (Movimento de Unidade Democrática, 1945), no apoio às candidaturas à Presidência da República de Norton de Matos (1949) e de Humberto Delgado (1958) e na CEUD (Comissão Eleitoral de Unidade Democrática, 1969), liderada por Mário Soares.

Em 1966, foi condenada a três anos de prisão, com pena suspensa, pela publicação da Antologia da Poesia Portuguesa Erótica e Satírica, considerada ofensiva dos costumes. Em 1972, foi processada por ter tido a responsabilidade editorial das Novas Cartas Portuguesas, de Maria Isabel Barreno, Maria Velho da Costa e Maria Teresa Horta, processo que ficaria conhecido como Três Marias.

Após o 25 de abril, foi eleita Deputada à Assembleia da República nas listas do PSD, em 1980, passando mais tarde a deputada independente ao entrar em conflito com o que considerava serem posições conservadoras do partido em matérias de costumes, acabando por sair do PSD:

Em 1985, deu apoio ao Partido Renovador Democrático, do general Ramalho Eanes, onde acreditou ver uma alternativa de reformismo progressista para o país. Voltou então a ser deputada, por este partido, entre 1987 e 1991.

As suas intervenções ao nível da cultura e do património, e sobretudo na defesa dos direitos humanos e dos direitos das mulheres não deixavam ninguém indiferente.

Nos anos 80, tornou-se conhecida do grande público através do programa televisivo Mátria, onde advogou uma forma especial de feminismo, o matricismo, identificador da mulher como arquétipo da liberdade erótica e passional e fonte matricial da humanidade; mais tarde, à noção de Pátria e de Mátria acrescenta a de Frátria.

Em 1981, Natália Correia foi condecorada como Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada e em 1991 foi feita Grande-Oficial da Ordem da Liberdade. Neste ano, recebeu o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores pelo livro Sonetos Românticos.

Natália Correia morreu em casa, na madrugada de 16 de Março de 1993, vítima de um ataque cardíaco. Legou a maioria dos seus bens à Região Autónoma dos Açores, que lhe dedicou uma exposição permanente na nova Biblioteca Pública de Ponta Delgada, instituição que tem à sua guarda parte do seu espólio literário (que partilha com a Biblioteca Nacional de Lisboa) constante de muitos volumes éditos, inéditos, documentos biográficos, iconografia e correspondência, incluindo obras de arte e a sua biblioteca privada.

Foi sepultada originalmente no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa, e posteriormente trasladada para a ilha de São Miguel, nos Açores, em outubro de 2015.

 

Obra publicada

(*) presente no catálogo da Biblioteca do ECB

Poesia

Rio de Nuvens (poesia), 1947

Poemas (poesia), 1955

Dimensão Encontrada (poesia), 1957

Passaporte (poesia), 1958

Comunicação (poema dramático), 1959

Cântico do País Emerso (poesia), 1961

O Vinho e a Lira (Poesia), 1969

Mátria (Poesia), 1967

As Maçãs de Orestes (Poesia), 1970

Trovas de D. Dinis, [Trobas d'el Rey D. Denis] (Poesia), 1970

A Mosca Iluminada (Poesia), 1972

O Anjo do Ocidente à Entrada do Ferro (Poesia), 1973

(*) Poemas a Rebate, (poemas censurados de livros anteriores) (poesia), 1975

Epístola aos Iamitas (poesia), 1976

O Dilúvio e a Pomba (poesia), 1979

(*) O Armistício (poesia), 1985

Sonetos Românticos (poesia), 1990; 1991

(*) O Sol nas Noites e o Luar nos Dias (poesia completa), 1993; 2000

Memória da Sombra, versos para esculturas de António Matos (poesia), 1993

Ficção

Grandes Aventuras de um Pequeno Herói (romance infantil), 1945

Anoiteceu no Bairro (romance), 1946; 2004

(*) A Madona (Romance), 1968; 2000

(*) A Ilha de Circe (romance), 1983; 2001

Onde está o Menino Jesus? (contos), 1987

As Núpcias (romance), 1992

Literatura de viagens

Descobri Que Era Europeia: impressões duma viagem à América (viagens), 1951; 2002

Diário

Não Percas a Rosa. Diário e algo mais (25 de Abril de 1974 - 20 de Dezembro de 1975) (Diário), 1978; 2003

Teatro

Sucubina ou a Teoria do Chapéu (teatro), em colab. com Manuel de Lima, 1952

O Progresso de Édipo (poema dramático), 1957

D. João e Julieta, peça escrita em 1959 (teatro), 1999

O Homúnculo, tragédia jocosa (teatro), 1965

O Encoberto (Teatro), 1969; 1977

Erros Meus, Má Fortuna, Amor Ardente (teatro), 1981; 1991

(*) A Pécora, peça escrita em 1967 (teatro), 1983; 1990

Ensaio

Poesia de Arte e Realismo Poético (ensaio), 1959

A Questão Académica de 1907 (ensaio), 1962

Uma Estátua para Herodes (Ensaio), 1974

Notas para uma Introdução às Cantigas de Escárnio e de Mal-Dizer Galego-Portuguesas (ensaio), 1982

Somos Todos Hispanos (ensaio), 1988; 2003

Antologias

Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica: dos cancioneiros medievais à actualidade (Antologia), 1965; 2000

(*) Cantares dos Trovadores Galego-Portugueses (Antologia), 1970; 1998

O Surrealismo na Poesia Portuguesa (Antologia), 1973; 2002

A Mulher, antologia poética (Antologia), 1973

Antologia de Poesia do Período Barroco (antologia), 1982

A Ilha de Sam Nunca: atlantismo e insularidade na poesia de António de Sousa (antologia), 1982

A Ibericidade na Dramaturgia Portuguesa (ensaio), 2000

Breve História da Mulher e outros escritos (antologia de textos de imprensa), 2003

A Estrela de Cada Um (antologia de textos de imprensa), 2004