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quarta-feira, 29 de abril de 2020

LPC - LEITURAS PARA CASA


Recursos para quando apetece ler um livro para a escola...

...sem que pareça ser um TPC


https://sites.google.com/view/leiturasparacasa/lpc

Estes recursos foram criados pelos Professores bibliotecários do concelho de Lousada, Portugal, em março de 2020. A Produção web é de Paulo Izidoro, Coordenador Interconcelhio das bibliotecas escolares (RBE) para o concelho de Lousada.

Leituras para casa (c) 2020 - Conteúdo partilhável e republicável

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Dia Mundial da Terra


A Terra – a nossa casa comum
(trabalho realizado por aluna do 8º A do ECB)

O Dia da Terra foi criado no dia 22 de abril de 1970 pelo político e ambientalista norte-americano Gaylord Nelson, que convocou uma manifestação para alertar contra a poluição e, de acordo com números divulgados na imprensa da época, mais de 20 milhões de pessoas participaram na iniciativa.
Em 2009, a ONU reconheceu a importância do tema da preservação do Planeta Terra e instituiu o dia 22 de abril como Dia Mundial da Terra, celebrado hoje em mais de 190 países, com a participação de cerca de 1 bilião de pessoas.
O principal objetivo deste dia é alertar e consciencializar todos os habitantes do planeta Terra para a importância e a necessidade da conservação dos recursos naturais do mundo, defendendo também a harmonia entre todos os seres vivos. Só assim será possível assegurar às gerações presentes e futuras qualidade de vida ambiental, social, económica, cultural, estética.
A Terra é o terceiro planeta do Sistema Solar, tendo a Lua como único satélite natural. Tem 510,3 milhões de km2 de área total, sendo que é composto por aproximadamente 97% de água (1,59 bilhões de km3). A quantidade de água salgada é 30 vezes a de água doce, e 50% da água doce do planeta está situada no subsolo.
Este ano, para marcar o 50º aniversário deste dia, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, ressalta que as comemorações do Dia Mundial da Terra devem destacar a urgência de redução das emissões de CO2 na atmosfera, sob o tema a mudança e a ação climática.


Este ano, o surto da COVID-19 obrigou à substituição de alguns eventos públicos por comemorações através das plataformas digitais.
Assim, em 2020, o Dia da Terra é comemorado através do #EarthDayEmCasa.
Em Portugal, a Fundação Oceano Azul desafiou dezenas de organizações portuguesas a adaptarem as suas comemorações à realidade atual, ou seja, comemorar o Dia Mundial da Terra a partir de casa. Durante 9 dias, mais de 40 organizações portuguesas dedicadas à proteção do planeta promovem cerca de 80 atividades, disponibilizando uma série de iniciativas a desenvolver entre os dias 18 e 26 de abril.
O Oceanário de Lisboa também se juntou a esta celebração com a iniciativa ‘Missão_MAR, desvenda o crime climático’, prevista para o dia 22 de abril.




No ECB, os alunos do 8º ano, mesmo recolhidos nas suas casas, não deixaram de assinalar o Dia Mundial da Terra, data tão importante para todos os seres do nosso planeta.
No âmbito dos projetos Eco-Escola e Escola Azul, foi proposto aos alunos que participaram na Campanha Coastwatch que partilhassem fotos de seres vivos marinhos.
Para além disso, o 8.º A, na aula de Cidadania, desenvolveu trabalhos alusivos ao Dia Mundial da Terra, recorrendo a desperdícios que tinham em casa.
















quarta-feira, 1 de abril de 2020

Poesia de Rosa Lobato de Faria



De ti só quero o cheiro dos lilases

De ti só quero o cheiro dos lilases
e a sedução das coisas que não dizes
De ti só quero os gestos que não fazes
e a tua voz de sombras e matizes
De ti só quero o riso que não ouço
quando não digo os versos que compus
De ti só quero a veia do pescoço
vampira que já sou da tua luz
De ti só quero as rosas amarelas
que há nos teus olhos cor das ventanias
De ti só quero um sopro nas janelas
da casa abandonada dos meus dias
De ti só quero o eco do teu nome
e um gosto que não sei de mar e mel
De ti só quero o pão da minha fome
mendiga que já sou da tua pele.

In A Noite Inteira já não chegaPoesia 1983-2010 (Guimarães Editora, 2013)


Um dia virá


Um dia virá
em que a minha porta
permanecerá fechada
em que não atenderei o telefone
em que não perguntarei
se querem comer alguma coisa
em que não recomendarei
que levem os casacos
porque a noite se adivinha fresca.
Só nos meus versos poderão encontrar
a minha promessa de amor eterno.
Não chorem; eu não morri
apenas me embriaguei
de luz e de silêncio.

In A Noite Inteira já não chegaPoesia 1983-2010 (Guimarães Editora, 2013)


Conheço esse Sentimento

Conheço esse sentimento
que é como a cerejeira
quando está carregada de frutos:
excessivo peso para os ramos da alma.
Conheço esse sentimento
que é o da orla da praia
lambida pela espuma da maré:
quando o mar se retira
as conchas são pequenas saudades
que doem no coração da areia.
Conheço esse sentimento
que é o dos cabelos do salgueiro
revoltos pelas mãos ágeis da tempestade:
na hora quieta do amanhecer
pendem-lhe tristemente os braços
vazios do amado corpo do vento.
Conheço esse sentimento
que passa nos teus olhos e nos meus
quando de mãos dadas
ouvimos o Requiem de Mozart
ou visitamos a nave de Alcobaça.
Pedro e Inês
a praia e a maré
o salgueiro e o vento
a verdade e o sonho
o amor e a morte
o pó das cerejeiras
tu.
e eu.

In Poemas escolhidos e Dispersos, 1997

Rosa Lobato de Faria - autora do mês de abril



“Conforta-me pensar que a vida não começa nem acaba aqui.
Um dia regressaremos ao lugar de onde viemos, um lugar de repouso e de paz, um lugar livre de mágoas. Mas quantos lugares de dor teremos de atravessar para alcançá-lo? Quanta tristeza, quanto sofrimento, quanta crueldade no destino do Homem!
E se o mundo é repleto de maravilhas é só para não perdermos de vista a morada original, que nos aguarda ao fim dos nossos doze trabalhos de Hércules, e a que os poetas e os místicos chamam paraíso e eu chamo, simplesmente, amor.
As guerras fazem-se para alcançar a paz, ensinaram-nos durante séculos. [...] O sofrimento serve para alcançar a bem-aventurança, invento eu, para não morrer de desespero.”
Rosa Lobato de Faria, A Trança de Inês



Rosa Lobato de Faria nasceu em Lisboa, no dia 20 de abril de 1932, e faleceu na mesma cidade, a 2 de fevereiro de 2010. Atriz, escritora, romancista, poetisa, contista, dramaturga e guionista de novelas e séries, estudou Filologia Germânica na Universidade de Coimbra. Depois de ter sido empregada numa loja de eletrodomésticos e de, nos anos 60 do século XX, se ter estreado como locutora na RTP, começou a sua experiência como atriz em 1973, quando o realizador António-Pedro Vasconcelos a convidou para participar no filme Perdido por Cem.
Rosa Lobato de Faria tornou-se conhecida do grande público em 1982, quando se estreou em televisão, integrando o elenco da primeira telenovela portuguesa, Vila Faia, dirigida por Nicolau Breyner. Quase ao mesmo tempo voltou ao cinema, com Lauro António, em Paisagem Sem Barcos (1983). Fez igualmente parte do elenco de filmes como Jogo de Mão, de Monique Rutler (1984), O Vestido Cor de Fogo, de Lauro António (1985), O Barão de Altamira, de Artur Semedo (1986). Sob a direção de João Botelho, participou em Aqui na Terra (1993), Tráfico (1998) e A Mulher Que Acreditava Ser Presidente dos Estados Unidos da América (2003).
Em finais dos anos 1980 colaborou na escrita do guião da série Humor de Perdição, ao lado de Herman José e Miguel Esteves Cardoso, participando também como atriz. A esta primeira experiência seguiram-se diversas séries e telenovelas, como Passerelle (1988), Pisca-Pisca (1989), Nem o Pai Morre Nem a Gente Almoça (1990), Telhados de Vidro (1994) e Tudo ao Molho e Fé em Deus (1995).
Apresentou os programas televisivos "Chá das Cinco" (1992) e "Cartas de Amor" (1993).
Na escrita, Rosa Lobato de Faria começou a ganhar projeção como letrista de canções, depois de obter, em 1992, um primeiro lugar no Festival RTP da Canção com Amor de Água Fresca , interpretada por Dina, a que se seguiram, igualmente com o primeiro lugar, Chamar a Música (1994), interpretada por Sara Tavares, Baunilha e Chocolate (1995), interpretada por Tó Cruz, e Antes do Adeus (1997), interpretada por Célia Lawson. Foi, juntamente com José Carlos Ary dos Santos, a letrista mais bem sucedida no Festival RTP da Canção.
Mas, além de letrista, seria como romancista, poetisa, contista, dramaturga e guionista de novelas e séries que o seu nome apareceria mais vezes referenciado.
Foi nos anos 1990 que Rosa Lobato de Faria começou uma carreira como autora de romances, estreando-se com O Pranto de Lúcifer (1995), seguindo-se, quase ao ritmo de uma publicação por ano, Os Pássaros de Seda (1996), Os Três Casamentos de Camilla S. (1997), Romance de Cordélia (1998), O Prenúncio das Águas (1999) — galardoado com o Prémio Máxima de Literatura em 2000 —, A Trança de Inês (2001), O Sétimo Véu (2003), Os Linhos da Avó (2004) e A Flor do Sal (2005), A Alma Trocada (2007), A Estrela de Gonçalo Enes (2008) e As Esquinas do Tempo (2008). Vento suão, de 2011, seria publicado a título póstumo.
Em coautoria, participou em Os Novos Mistérios da Estrada de Sintra (2005), Código d' Avintes (2006) e Eça agora: os herdeiros de os Maias (2007).
No conto, publicou livros dedicados às crianças, como A Erva Milagrosa, As quatro Portas do Céu ou Histórias de Muitas Cores.
Como poetisa, o essencial da sua obra está reunido no volume Poemas Escolhidos e Dispersos, de 1997.
Para o teatro, escreveu as peças A Hora do Gato, Sete Anos – Esquemas de um Casamento e A Severa.
A título póstumo foram ainda publicados os livros infantis Balão Azul (2011, o primeiro título da coleção Biblioteca Infantil Rosa Lobato de Faria) e Alma minha gentil (2013).
A 8 de Junho de 2010 foi agraciada a título póstumo com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

Obras literárias
(*) no catálogo da Biblioteca do ECB
Romances
1995 – O pranto de Lúcifer (*)
1996 – Os pássaros de seda
1997 – Os três casamentos de Camila S.
1998 – Romance de Cordélia (*)
1999 – O prenúncio das águas (*)
2001 – A trança de Inês (*) [Adaptado ao cinema em 2018 pelo realizador António Ferreira]
2003 – O sétimo véu (*)
2004 – Os linhos da avó (*)
2005 – A flor do sal (*)
2007 – A estrela de Gonçalo Enes (*)
2007 – A alma trocada
2008 – As esquinas do tempo (*)
2011 – Vento suão (Póstumo) (*)
Poesia
1992 – Memórias do corpo: poemas
1997 – Poemas escolhidos e dispersos
Contos
2006 – Asas sobre a cidade: conto de Natal
Literatura infantil
1987 – Histórias de muitas cores (*)
1987 – As pequenas palavras
1995 – Livro do livro
2000 – As quatro portas do céu (*)
2002 – ABC dos bichos em rima infantil
2002 – ABC das flores e dos frutos em rima infantil
2007 – A parábola dos dez porquinhos
2011 – O balão azul (Póstumo)
2013 – Alma minha gentil (Póstumo)
Obras coletivas
2005 – Os Novos Mistérios da Estrada de Sintra
2006 – O Código de Avintes (*)
2007 – Eça agora: os herdeiros de os Maias (*)