menu

segunda-feira, 21 de junho de 2021

Três Histórias do Futuro - o flipbook da Catarina

 


Na disciplina de Oficina Gráfica, do 11º ano do Curso Profissional de Design Gráfico, os alunos desenvolvem o projeto de um ebook e flipbook, no módulo de Design Editorial. Além de os alunos escolherem um autor e os textos que vão publicar, é obrigatório que três desses textos adotem formas, como nas composições caligráficas ou poesia concreta/ visual, que as ilustrações sejam originais, e que os alunos criem um título e uma editora.

A aluna Catarina Santos, inspirando-se em textos de Luísa Ducla Soares, apresenta-nos Três Histórias do Futuro & Três poemas do Presente, um flipbook com ilustrações analógicas com acabamentos digitais, pois a Catarina gosta de pintar a aguarela.

https://www.flipsnack.com/68AFEFDD75E/tr-s-hist-rias-do-futuro.html


quinta-feira, 17 de junho de 2021

Reinventar uma capa: Exposição de Educação Visual

 


Os alunos do 9º ano, na disciplina de Educação Visual, elaboraram projetos de capas para dois livros que são património da literatura universal:

O Hobbit, de J. R. R. Tolkien

O Diário de Anne Frank

segunda-feira, 7 de junho de 2021

terça-feira, 1 de junho de 2021

Livros do mês de junho – os melhores contos de...

 


No mês que começa com o dia em que se celebra mundialmente a criança e os seus direitos, a Biblioteca do ECB consagra esta rubrica aos mais pequenos e à literatura que para eles tem sido concebida.

Se a literatura é lugar de prazer e de encantamento, a leitura, além de oferecer entretenimento e conhecimento, estimula a criatividade, a empatia, o raciocínio, o respeito, a imaginação e o desenvolvimento cognitivo, melhora a linguagem e o vocabulário, contribui para o pensamento crítico e amplia a nossa visão do mundo e de nós mesmos, uma visão que nos torna mais sensíveis e mais humanos.

Também a leitura entre os mais novos permite o desenvolvimento destas e de outras competências, pois o diálogo proporcionado pelos livros oferece múltiplos significados do mundo. Por isso o gosto pela leitura deve ser desenvolvido desde cedo, mesmo antes de as crianças aprenderem a ler. A literatura infantil, à medida que as crianças crescem, passa a cumprir outros papéis, colaborando com o processo de alfabetização e auxiliando no momento de abordar assuntos complexos e de entender as emoções.

Ou seja, quando pensamos em literatura para os mais pequenos, não podemos pensar que esta existe apenas para fins de aprendizagens cognitivas ou de entretenimento, mas também que tem potencial para o desenvolvimento social e emocional da criança. As histórias devem educar para as emoções, auxiliar na socialização e ajudar a enfrentar e resolver problemas.

A literatura infantil, enquanto ramo da literatura dedicado especialmente às crianças, terá surgido nos finais do século XVII, com o objetivo de transmitir valores morais e criar hábitos de convivência social, reunindo em antologias excertos de obras clássicas, muitas vezes adaptadas em fábulas, e destinadas  à educação moral das crianças.

É deste período a obra do escritor e poeta francês Charles Perrault (1628-1703), que estabeleceu as bases para um novo género literário, o conto de fadas, e foi o primeiro a dar um estatuto literário a este tipo de literatura, o que lhe conferiu o título de "Pai da Literatura Infantil".

(Charles Perrault)

No século XVIII, os progressos científicos e tecnológicos que se começam a verificar levam à diminuição da mortalidade infantil e desenvolve-se um novo sentimento de infância, adquirindo a criança estatuto per se e desaparecendo a ideia de que é apenas um “adulto em miniatura”.

São deste século, por exemplo, as considerações de Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) sobre a educação e o crescimento das crianças, tal como podemos encontrar na obra Emílio, publicada em 1762, onde propõe que a pedagogia permita à criança desenvolver-se naturalmente na afirmação espontânea da sua essência e de acordo com a sua própria experiência pessoal, evitando que se torne vítima das deformações que a sociedade lhe impõe.

(Jean-Jacques Rousseau)


Também a ascensão da burguesia, após as revoluções liberais e a revolução industrial, começa a “democratizar” a cultura e abre espaço à literatura e à pedagogia na educação das crianças. Antes disso, enquanto as crianças da nobreza entravam em contacto com os “clássicos”, as das classes populares ouviam lendas e contos folclóricos que faziam parte da chamada “literatura de cordel”.

No século XIX, o nacionalismo romântico conduz à valorização da cultura popular, sobretudo na Alemanha, reavivando o interesse pelos contos de fadas, enquanto parte do folclore nacional, construído na convicção de que a identidade nacional poderia ser encontrada na cultura popular e no povo comum (Volk, em alemão).

Datam deste período as histórias dos alemães Jacob (1785-1863) e Wilhelm Grimm (1786-1859), os conhecidos irmãos Grimm, que começaram por recolher e publicar contos tradicionais, como um reflexo da identidade cultural alemã, evoluindo o folclore para contos de fadas. Os seus contos continuam ainda hoje a ser publicados, adaptados a outros tempos e culturas.

(Os Irmãos Grimm)

São também do século XIX os contos de Hans Christian Andersen (1805-1875), o dinamarquês que, a partir da leitura de obras como As Mil e Uma Noites ou dos teatrinhos de marionetas que o pai lhe fazia, compôs uma obra vocacionada cada vez mais para a escrita infantil que, embora não isenta de algumas lições morais, se orienta para o divertimento e para ir ao encontro de um imaginário infantil.

(Hans Christian Andersen)

Apesar de ter escrito diversos romances para adultos, livros de poesia e relatos de viagens, foram os contos de fadas que tornaram Hans Christian Andersen famoso, especialmente numa altura em que eram ainda muito raros livros destinados especificamente a crianças.

Para alguns estudiosos, Hans Christian Andersen foi a "primeira voz autenticamente romântica a contar histórias para as crianças", nas quais procurava passar padrões de comportamento que deveriam ser adotados pela sociedade, apontando os confrontos entre "poderosos" e "desprotegidos", "fortes" e "fracos", "exploradores" e "explorados", demonstrando a ideia de que todos os homens deveriam ter direitos iguais.

Em Portugal, a partir do século XIX, começam a surgir as primeiras produções concebidas para a leitura das crianças, como os Contos para a Infância, de Guerra Junqueiro (1875), a que se seguirão História de Jesus para as Criancinhas Lerem, de Gomes Leal (1883) ou "Para as crianças", em Campo de Flores, de João de Deus Ramos (1893).

(João de Deus)

No início do século XX continua a desenvolver-se em Portugal uma produção literária vocacionada para a infância, pela mão de autoras como Ana de Castro Osório, Virgínia de Castro e Almeida ou Maria Sofia de Santo Tirso. Ao longo do século XX, vários autores assumem a dupla faceta de autores para adultos com incursões de grande qualidade na escrita para crianças, como Raul Brandão (Portugal Pequenino) ou Aquilino Ribeiro (O Romance da Raposa), enquanto outros autores evoluem da literatura para adultos para se dedicarem quase em exclusivo à literatura infantil, como Luísa Dacosta, Maria Alberta Menéres ou Esther de Lemos.

Atualmente a literatura infantil deixou de ter por objetivo a educação moral das crianças. Criada para propiciar uma nova visão da realidade, aliando diversão e lazer, pode dizer-se que a literatura infantil se preocupa muito com a estimulação, através do livro, de impressões sensoriais (auditivas, visuais, tatéis e até olfativas, como as que encontramos nos livros para crianças muito pequenas e que ainda não sabem ler), continuando a recorrer muitas vezes a personagens que encarnam o maravilhoso, nomeadamente personagens animais ou dotadas de poderes sobrenaturais, mas também produzindo histórias fictícias, biografias, novelas, poemas, obras folclóricas e culturais, ou simplesmente obras que explicam factos da vida real, como encontramos na Coleção “Primeiros passos ... nas artes, ciências, matemática”, na Coleção de “Auto-ajuda para crianças” (Quando acontecem coisas más, como lidar com a doença, a morte de um familiar, o divórcio dos pais, o nascimento de um irmão, etc), ou ainda na “Coleção Filosofia para Crianças”.








Nos tempos em que vivemos, com a tecnologia a rodear tudo o que fazemos, é um grande desafio fazer com quem os pequenos se interessem pelos livros. As crianças devem ser levadas até espaços que estimulem esse interesse, como bibliotecas e livrarias, e devem ser valorizados e incentivados a ser protagonistas na hora da leitura e do conto de uma história, mesmo que façam apenas a leitura de imagens, se ainda não souberem ler (Luna Jimenez, A importância da literatura infantil para o desenvolvimento intelectual e afetivo das crianças, in https://saomarcos.br/wordpress/escola/2018/07/30/a-importancia-da-literatura-infantil/, jul 30, 2018).

Em maio de 2018, a revista Estante, da cadeia de lojas FNAC, propunha a seguinte lista dos 10 melhores livros infantis (destinadas a um público com idade inferior a 16 anos) dos últimos 50 anos:

O Meu Pé de Laranja Lima, José Mauro de Vasconcelos (1968) (*)

A Lagartinha Muito Comilona, Eric Carle (1969)

O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá, Jorge Amado (1976) (*)

Rosa, Minha Irmã Rosa, Alice Vieira (1979)

GGG: O Grande Gigante Gentil, Roald Dahl (1982)

Histórias da Terra e do Mar, Sophia de Mello Breyner Andresen (1984) (*)

A Toupeira que Queria Saber quem lhe Fizera Aquilo na Cabeça, Werner Holzwarth (1989)

O Grufalão, Julia Donaldson (1999)

Persépolis, Marjane Satrapi (2000) (*)

Pê de Pai, Isabel Minhós Martins (2006)

(*) na Biblioteca do ECB






Para saber mais sobre literatura infantil, consultar:

https://www.infopedia.pt/$literatura-infantil

https://vanessacavalcante.com/aspectos-historicos-da-literatura-infantil.html

https://pt.slideshare.net/Joana_Melazzo/literatura-infantil-35619430

http://www.ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/literatura-infantil

https://lunetas.com.br/afinal-para-que-serve-a-literatura-infantil/

Mariana Duarte da Costa Fernandes, A Importância da Literatura Infantil no Desenvolvimento Socioemocional das Crianças, in 
https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/23137/1/MARIANA_FERNANDES.pdf

Luna Jimenez, A importância da literatura infantil para o desenvolvimento intelectual e afetivo das crianças (jul 30, 2018), in https://saomarcos.br/wordpress/escola/2018/07/30/a-importancia-da-literatura-infantil/