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terça-feira, 3 de dezembro de 2019

O Fantasma de Canterville, de Oscar Wilde: uma recriação artística pelos alunos do 7º ano



O Fantasma de Canterville, a primeira história publicada pelo escritor irlandês Oscar Wilde (Dublin, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda, 16 de outubro de 1854 — Paris, 30 de novembro de 1900), leva-nos a um castelo assombrado, adquirido por uma abastada família americana que não acredita no sobrenatural, obrigando o pobre fantasma residente a encetar uma série de estratagemas para assustar os seus novos hóspedes.
Uma obra de leitura recomendada e referenciada no Plano Nacional de Leitura para o Ensino Básico, que, entre o fantástico, o terror e a comédia, nos diverte e leva a refletir sobre os valores mais elevados da vida.






Em 2014, a Editora Lusoreads, a primeira editora especializada na publicação de livros de Leitura Fácil em português, iniciou a sua atividade com a publicação de O Fantasma de Canterville. Esta editora, criada com o objetivo de dar resposta às necessidades diferenciadas dos leitores e assegurar uma oportunidade real de leitura para todos, propõe adaptações à Leitura Fácil, permitindo que pessoas com dificuldades de aquisição de leitura ou níveis baixos de literacia possam aceder aos mesmos livros que os restantes leitores e ser atendidos na diversidade através da inclusão.


Exemplo de uma página de um livro em versão adaptada:


domingo, 1 de dezembro de 2019

José Rodrigues Miguéis - autor do mês de dezembro



José Rodrigues Miguéis nasceu em Lisboa, no dia 9 de dezembro de 1901, e morreu em Nova Iorque, no dia 27 de outubro de 1980.
Licenciado em Direito, pela Universidade de Lisboa, em 1924, e em Ciências Pedagógicas, pela Universidade Livre de Bruxelas, em 1933, foi temporariamente advogado, delegado do Ministério Público e professor do ensino secundário. Mas foi como romancista, novelista, contista, dramaturgo, desenhador e cronista que se destacou no panorama cultural português, apesar de ainda hoje ser ignorado pela maior parte do público (ou talvez não reconhecido como mereceria).
Foi colaborador de diversos jornais como O Diabo, Diário Popular, Diário de Lisboa e República, dirigiu com Bento de Jesus Caraça o semanário O Globo (que viria a ser proibido pela censura em 1933), pertenceu ao grupo Seara Nova ao lado de autores como Jaime Cortesão, António Sérgio, José Gomes Ferreira, Irene Lisboa ou Raul Proença, e envolveu-se em movimentos de intervenção cívica democrática, o que lhe valeu ver o seu nome censurado nos jornais e a ida para os EUA em 1935, onde acabou por se fixar e viver a maior parte da sua vida, recebendo, em 1942, a nacionalidade americana. Nos Estados Unidos trabalhou como tradutor, redator e editor assistente das Seleções do Reader's Digest e professor universitário. Traduziu para o português, entre outros, autores como Stendhal, Carson McCullers, Erskine Caldwell ou F. Scott Fitzgerald.
A sua obra, iniciada em 1932 com a publicação da novela Páscoa Feliz, enquadra-se predominantemente na ficção narrativa e na crónica-ensaio e encontra-se marcada pela experiência autobiográfica, da infância e juventude passadas em Lisboa, mas também pela condição de emigrante, nomeadamente na Bélgica, e de expatriado nos Estados Unidos.

Em 1935, publicou no jornal O Diabo o primeiro conto neorrealista da literatura portuguesa, intitulado «O Acidente» (que viria a integrar o volume de contos Onde a Noite se Acaba, publicado em 1946). No entanto, apesar de parecem claras nas suas primeiras obras as influências estéticas da geração da Presença, e alguma simpatia pelas temáticas neorrealistas, José Rodrigues Miguéis nunca seguiu o cânone rígido nem do neorrealismo, nem do presencismo, situando-se numa zona de intersecção entre ambos os movimentos literários, gerando sínteses originais.
Segundo os professores António José Saraiva e Óscar Lopes, a sua obra pode ser considerada como “realismo ético”, um realismo simultaneamente pessoal e consciente da sua responsabilidade ética e social, o que confere ao escritor um espaço único na ficção realista contemporânea, sendo claras as influências de autores como Dostoiévsky ou Raul Brandão.
São seis os romances de José Rodrigues Miguéis: Uma Aventura Inquietante (1958, considerado o primeiro romance policial português, anos antes publicado em folhetins, no jornal O Diabo), A Escola do Paraíso (1960), Nikalai! Nikalai! (1971), O Milagre segundo Salomé (1975), O Pão Não Cai do Céu (1981), Idealista no Mundo Real (1986). Mas foi na novela e no conto que este autor se tornou uma referência obrigatória: Páscoa Feliz (1932) – Prémio da Casa da Imprensa ou Léah e Outras Histórias (1958) - Prémio Camilo Castelo Branco – estão incluídos entre os melhores no género.










Em 1961 foi eleito membro da Hispanic Society of America e, em 1976, tornou-se membro da Academia das Ciências de Lisboa.
Uma parte da obra de José Rodrigues Miguéis encontra-se traduzida em inglês, italiano, alemão, polaco, checo e russo.

Morreu na cidade de Nova Iorque, no dia 27 de outubro de 1980.

Obra literária

(*) – no catálogo da Biblioteca do ECB
A Múmia, 1971;
Páscoa feliz (Novela), 1932 (*)
Onde a noite se acaba (Contos e Novelas), 1946
Saudades para Dona Genciana (Conto), 1956
O Natal do clandestino (Conto), 1957
Uma aventura inquietante (Romance), 1958 (*)
Léah e outras histórias (Contos e Novelas), 1958 (*)
Um homem sorri à morte com meia cara (Narrativa), 1959
A escola do paraíso (Romance), 1960 (*)
O passageiro do Expresso (Teatro), 1960
Gente da terceira classe (Contos e Novelas), 1962 (*)
É proibido apontar. Reflexões de um burguês - I (Crónicas), 1964
Nikalai! Nikalai! (Romance), 1971 (*)
O espelho poliédrico (Crónicas), 1972
Comércio com o inimigo (Contos), 1973
As harmonias do "Canelão". Reflexões de um burguês - II (Crónicas), 1974
O milagre segundo Salomé, 2 vols. (Romance), 1975 (*)
O pão não cai do céu (Romance), 1981 (*)
Passos confusos (Contos), 1982 (*)
Arroz do céu (Conto), 1983 (*)
O Anel de Contrabando, 1984
Uma flor na campa de Raul Proença, 1985
Idealista no mundo real, 1991
Aforismos & desaforismos de Aparício, 1996


Na Biblioteca do ECB encontram-se ainda as traduções que José Rodrigues Miguéis fez de:
  • O grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald
  • Uma luz ao escurecer, de Erskine Caldwell

Referências bibliográficas:

Saraiva, António José e Lopes, Óscar – História da literatura portuguesa. Porto: Porto, 1987

Consultar também:



Documentário biográfico “José Rodrigues Miguéis — Um homem do povo na história da República.”, realizado em 1998 por Diana Andringa, com a participação de Camille Miguéis (viúva do escritor), Eduardo Lourenço, Mécia de Sena, Teresa Mourão-Ferreira, Pilar Ribeiro, Baptista Bastos, George Monteiro, Gerald Moser, Maria de Sousa, Onésimo Teotónio Almeida e Teresa Martins Marques.