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sábado, 1 de abril de 2023

Sándor Márai – autor do mês de abril

 


Sándor Márai nasceu no dia 11 de abril de 1900, em Košice, uma pequena cidade da Hungria, hoje pertencente à Eslováquia. Filho de um advogado e de uma professora, é considerado um dos maiores escritores da língua húngara, tendo publicado mais de quarenta livros, sobretudo romances, mas também poesia e peças de teatro.

No início dos anos 20 do século passado, Miklós Horthy chega ao poder na Hungria, como regente do Reino da Hungria, lugar que ocupou até 1944. A sua política à frente de um governo nacional-conservador, que teve como grandes atos a proibição da existência de partidos comunistas e a adoção de uma política que visava recuperar os territórios perdidos pela Hungria após a Primeira Guerra Mundial, levou Sándor Márai a autoexilar-se, primeiro na Alemanha, vivendo em Berlim e em Frankfurt, cidade onde começou a trabalhar como jornalista; mais tarde, já em França, onde foi correspondente em Paris do Frankfurt Zeitung.

Publicou o seu primeiro romance quando tinha 24 anos. Tendo alcançado grande sucesso na Hungria, em 1945 foi eleito membro da Academia Húngara de Ciências.

Liberal acima de tudo, verdadeiro amante dos valores morais e civis, em 1948, em clara oposição ao regime comunista instaurado no país e com plena convicção de que jamais poderia experimentar o seu ideal de liberdade numa sociedade dominada pelo comunismo, Sándor Márai sai de Budapeste num novo autoexílio, tendo emigrado para os Estados Unidos e adquirido a cidadania americana.

Sándor Márai escreveu sempre em húngaro e produziu a maior parte das suas obras no período entre 1928 e 1948. Respeitado por todos e estimado como um dos maiores escritores da literatura centro-europeia, o facto de sempre se manifestar como um crítico inconformado com a ascensão do comunismo levou o regime húngaro a proibir toda a sua obra. Se na Hungria a obra de Márai acabou por cair no esquecimento, no Ocidente alguns emigrantes húngaros continuaram a publicá-lo.

Foi preciso esperar até à queda do regime comunista, para que este escritor fosse redescoberto no seu país e no mundo inteiro.

Em 1979, depois de passar algum tempo na Suíça, na Itália e em França, Sándor Márai muda-se para San Diego, Califórnia, onde se suicidou, em 1989, poucos meses antes da queda do muro de Berlim.

Nos seus últimos escritos, Diários 1984-1989 (ainda não publicados em Portugal), Sándor Márai conta como acompanhou a lenta morte da mulher, Lola, e decidiu comprar um revólver para evitar um fim semelhante e sofrido. A força da sua literatura esteve sempre na sua descrença e na aceitação do seu destino. Defensor da liberdade, incluindo a de escolher como morrer, talvez o seu suicídio seja a mensagem mais forte que nos deixou em defesa desse valor.

Em 1990, Sándor Márai recebeu postumamente o Prémio Kossuth, patrocinado pelo governo húngaro.


Obras de Sándor Márai publicadas em Portugal

(*) no catálogo da biblioteca do ECB

  • As velas ardem até ao fim (*)
  • Embers (versão em língua inglesa de As velas ardem até ao fim) (*)
  • A mulher certa (*)
  • A herança de Eszter (*)
  • A gaivota
  • A conversa de Bolzano
  • A irmã
  • A ilha
  • Divórcio em Buda
  • Rebeldes


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