Sándor
Márai nasceu no dia 11 de abril de 1900, em Košice, uma pequena cidade da
Hungria, hoje pertencente à Eslováquia. Filho de um advogado e de uma
professora, é considerado um dos maiores escritores da língua húngara, tendo
publicado mais de quarenta livros, sobretudo romances, mas também poesia e peças
de teatro.
No
início dos anos 20 do século passado, Miklós Horthy chega ao poder na Hungria,
como regente do Reino da Hungria, lugar que ocupou até 1944. A sua política à
frente de um governo nacional-conservador, que teve como grandes atos a
proibição da existência de partidos comunistas e a adoção de uma política que
visava recuperar os territórios perdidos pela Hungria após a Primeira Guerra
Mundial, levou Sándor Márai a autoexilar-se, primeiro na Alemanha, vivendo em
Berlim e em Frankfurt, cidade onde começou a trabalhar como jornalista; mais
tarde, já em França, onde foi correspondente em Paris do Frankfurt Zeitung.
Publicou
o seu primeiro romance quando tinha 24 anos. Tendo alcançado grande sucesso na
Hungria, em 1945 foi eleito membro da Academia Húngara de Ciências.
Liberal
acima de tudo, verdadeiro amante dos valores morais e civis, em 1948, em clara
oposição ao regime comunista instaurado no país e com plena convicção de que
jamais poderia experimentar o seu ideal de liberdade numa sociedade dominada
pelo comunismo, Sándor Márai sai de Budapeste num novo autoexílio, tendo
emigrado para os Estados Unidos e adquirido a cidadania americana.
Sándor
Márai escreveu sempre em húngaro e produziu a maior parte das suas obras no
período entre 1928 e 1948. Respeitado por todos e estimado como um dos maiores
escritores da literatura centro-europeia, o facto de sempre se manifestar como um
crítico inconformado com a ascensão do comunismo levou o regime húngaro a
proibir toda a sua obra. Se na Hungria a obra de Márai acabou por cair no
esquecimento, no Ocidente alguns emigrantes húngaros continuaram a publicá-lo.
Foi
preciso esperar até à queda do regime comunista, para que este escritor fosse
redescoberto no seu país e no mundo inteiro.
Em
1979, depois de passar algum tempo na Suíça, na Itália e em França, Sándor
Márai muda-se para San Diego, Califórnia, onde se suicidou, em 1989, poucos
meses antes da queda do muro de Berlim.
Nos
seus últimos escritos, Diários 1984-1989
(ainda não publicados em Portugal), Sándor Márai conta como acompanhou a lenta
morte da mulher, Lola, e decidiu comprar um revólver para evitar um fim
semelhante e sofrido. A força da sua literatura esteve sempre na sua descrença
e na aceitação do seu destino. Defensor da liberdade, incluindo a de escolher
como morrer, talvez o seu suicídio seja a mensagem mais forte que nos deixou em
defesa desse valor.
Em
1990, Sándor Márai recebeu postumamente o Prémio Kossuth, patrocinado pelo
governo húngaro.
Obras
de Sándor Márai publicadas em Portugal
(*) no catálogo da biblioteca do ECB
- As velas ardem até ao fim (*)
- Embers (versão em língua inglesa de As velas ardem até ao fim) (*)
- A mulher certa (*)
- A herança de Eszter (*)
- A gaivota
- A conversa de Bolzano
- A irmã
- A ilha
- Divórcio em Buda
- Rebeldes
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