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sábado, 1 de junho de 2019

Alice Vieira - autora do mês de junho



“A minha gargalhada é que me ajudou a sobreviver estes anos todos”
Alice Vieira, considerada uma das mais importantes escritoras portuguesas de literatura infanto-juvenil, nasceu em Lisboa, no dia 20 de março de 1943. Define-se profissionalmente como jornalista, mas tornou-se conhecida de todos nós pela publicação regular de livros infantis, romances juvenis, bem como poesia, teatro ou recolhas de histórias tradicionais.

Depois de frequentar o Liceu D. Filipa de Lencastre, em Lisboa, Alice Vieira licenciou-se em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
A sua carreira de jornalista começou aos 18 anos, no “Diário de Lisboa”. Ainda adolescente, começara a colaborar no «Juvenil» deste Diário, suplemento que divulgou as primeiras tentativas literárias de muitos jovens talentos de então e que foi coordenado por Alice Vieira entre 1968 e 1970. Trabalhou mais tarde no "Diário Popular" e no "Diário de Notícias", a cuja redação pertenceu até 1990, quando decidiu deixar o jornalismo diário, para ficar como free-lancer e poder dedicar-se mais à escrita. Foi ainda colaboradora durante muitos anos da revista "Activa" e do "Jornal de Notícias". Atualmente está reformada do jornalismo, mas trabalha no Jornal de Mafra e na revista juvenil “Audácia”, dos missionários combonianos.
Trabalhou em vários programas de televisão para crianças (por exemplo, fez parte da equipa de escritores dos programas “Rua Sésamo”, “Jornalinho”, “Hora Viva”, “Arco-Íris”). Participou com o maestro Eurico Carrapatoso no conto musical A Arca do Tesouro (interpretada pela Orquestra Metropolitana de Lisboa); o compositor Sérgio Azevedo musicou A Charada da Bicharada, editada em CD.
Orienta regularmente oficinas de escrita criativa e desloca-se quase diariamente a escolas e bibliotecas de todo o país – e também de países onde os seus livros estão traduzidos.
As suas obras, muitas das quais constam da lista do Plano Nacional de Leitura, foram traduzidas para várias línguas, como o alemão, o búlgaro, o espanhol, o galego, o catalão, o francês, o húngaro, o holandês, o russo, o italiano, o chinês, o servo-croata e o coreano.
A 7 de Março de 1997 recebeu a Comenda da Ordem do Mérito.

Alice Vieira nunca quis ser escritora. Mas desde pequena que dizia que queria ser jornalista. Começou a escrever porque a filha disse que já não tinha mais livros para ler. Foi em 1979. Era o Ano Internacional da Criança e a editora Caminho promoveu um concurso para o melhor texto para crianças e jovens desse ano. Alice Vieira enviou Rosa, Minha Irmã Rosa. E ganhou o “Prémio de Literatura do Ano Internacional da Criança”. Foi o seu primeiro livro. Como referiu numa entrevista, “a partir daí nunca mais teve sossego”.




Desde esse primeiro livro, publicado em 1979, tem escrito sobretudo literatura infanto-juvenil, com mais de 50 títulos publicados, incluindo os 15 da Coleção Macau. Ultimamente tem-se também dedicado à literatura para adultos, com três volumes de crónicas (Bica Escaldada, Pezinhos de Coentrada e O Que Se Leva Desta Vida), o romance histórico Os Profetas, uma biografia da escritora inglesa Enid Blyton, o livro autobiográfico Histórias da Avó Alice, três livros de poemas -- Dois Corpos Tombando na Água (Prémio Maria Amália Vaz de Carvalho), O Que Dói às Aves e Os Armários da Noite — e o livro Tejo, juntamente com o fotógrafo brasileiro Neni Glock. Participou ainda, com mais seis autores, em romances coletivos como Novos Mistérios de Sintra, O Código de Avintes, Eça Agora, 13 Gotas ao Deitar e, mais recentemente, A Misteriosa Mulher da Ópera.







Entre os Prémios que recebeu, destacam-se o Prémio Calouste Gulbenkian em 1983 pelo seu livro Este Rei Que Eu Escolhi; o Grande Prémio Gulbenkian pelo conjunto da obra (1984); o Prix Octogone pela edição francesa de Os Olhos de Ana Marta (2000); Prémio Maria Amália Vaz de Carvalho, com o livro de poemas Dois Corpos Tombando na Água (2007); a “Estrela de Prata do Prémio Peter Pan” pela edição sueca de Flor de Mel (2010). Em 2016 recebeu o Prémio pelo Melhor livro em língua portuguesa editado no Brasil da Fundação Nacional para o Livro Infantil e Juvenil, com o livro Meia hora para mudar a minha vida. Foi várias vezes distinguida com o Prémio Corvo Branco, atribuído pela Biblioteca Internacional da Juventude de Munique.

Obras de Alice Vieira
(*) constam do catálogo da Biblioteca do ECB
Literatura infanto-juvenil
1979 - Rosa, Minha Irmã Rosa-27ª ed. 2014 (*)
1979 - Paulina ao Piano-5ªed. 1999 (*)
1980 - Lote 12, 2º Frente-16ª ed. 2009 (*)
1981 - A Espada do Rei Afonso-13ª ed. 2010
1982 - Chocolate à Chuva-25ª ed. 2013 (*)
1983 - Este Rei que eu Escolhi-14ª ed 2009 (*)
1984 - Graças e Desgraças na Corte de El Rei Tadinho-20ªed. 2013 (*)
1985 - Águas de Verão-10ª ed. 2010 (*)
1986 - Flor de Mel-10ª ed. 2010 (*)
1987 - Viagem à Roda do meu Nome-11ª ed. 2010 (*)
1988 - Às Dez a Porta Fecha-8ª ed. 2015
1988 - A Lua Não Está à Venda (*)
1990 - Úrsula, a Maior-9ªed. 2011 (*)
1990 - Os Olhos de Ana Marta-7ª ed. 2010 (*)
1991 - Promontório da Lua--6ª ed. 2009
1992 - Leandro, Rei da Helíria-24ª ed. 2015 (*)
1997 - Se Perguntarem por mim, Digam que Voei-7ª ed. 2010 (*)
1999 - Um Fio de Fumo nos Confins do Mar-3ª ed. 2011 (*)
2001 - Trisavó de pistola à cinta e outras histórias-6ª ed. 2012 (*)
2002 – Contos e lendas de Macau (*)
2005 - Livro com Cheiro a Chocolate (*)
2005 - O Casamento da Minha Mãe (*)
2006 - Livro com Cheiro a Morango
2007 - Livro com Cheiro a Baunilha
2007 - O meu Primeiro Álbum de Poesia (*)
2008 - A Vida nas Palavras de Inês Tavares (*)
2008 - Livro com Cheiro a Caramelo
2008 - A Charada da Bicharada
2009 - Contos de Grimm Para Meninos Valentes
2009 - A Que Sabe Esta História?
2009 - Livro com Cheiro a Canela
2010 - Contos de Andersen para Crianças Sem Medo
2010 - Meia Hora Para Mudar a Minha Vida-2ª ed. 2015
2010 - Livro com Cheiro a Banana
2010 - A Arca do Tesouro (com CD, música de Eurico Carrapatoso, narração de Luís Miguel Cintra e ilustrações de João Fazenda).
2011 - Contos de Perrault para Crianças Aventureiras
2012 - Histórias da Bíblia
2012 - Expressões com História
2014 - A velha caixa; A bela moura ilustrações de João Fazenda
2016 - Diário de Um Adolescente na Lisboa de 1910
2018 - A Sopa da Pedra/Um Ladrão Debaixo da Cama

Coleção Macau
1988 - O que Sabem os Pássaros
1988 - As Árvores que Ninguém Separa (*)
1988 - Um Estranho Barulho de Asas (*)
1988 - O Templo da Promessa (*)
1990 - Macau: da Lenda à História
1991 - Corre, Corre, Cabacinha (*)
1991 - Um Ladrão debaixo da Cama (*)
1991 - Fita, Pente e Espelho (*)
1991 - A Adivinha do Rei (*)
1992 - Periquinho e Periquinha (*)
1992 - Maria das Silvas (*)
1993 - As Três Fiandeiras (*)
1993 - A Bela Moura (*)
1994 - O Pássaro Verde (*)
1994 - Eu Bem Vi Nascer o Sol (*)

Obras para Adultos
1964 - De Estarmos Vivos (poesia)
1997 - Praias de Portugal (com fotos de Maurício Abreu)
1999 - Esta Lisboa (com fotos de António Pedro Ferreira)
2004 - Bica Escaldada (crónicas) (*)
2006 - Pezinhos de Coentrada (crónicas) (*)
2007 - Dois Corpos Tombando na Água (poesia) (*)
2008 - Tejo (com fotos de Neni Glock)
2009 - O Que Dói às Aves (poesia)
2011 - O Que se Leva Desta Vida (crónicas)
2011 - Os Profetas (romance)
2012 - O Mundo de Enid Blyton (biografia)
2012 - O Livro da Avó Alice
2013 - Os Armários da Noite (poesia, finalista do Prémio PEN Clube
2017 - Só Duas Coisas Que, Entre Tantas, Me Afligiram
2018 - Olha-Me Como Quem Chove (poesia)

Obras em conjunto com outros escritores
2005 - Novos Mistérios de Sintra (romance)
2006 - O Código de Avintes (romance) (*)
2007 - Eça Agora! (romance) (*)
2009 - 13 Gotas ao deitar (romance)
2010 - Chocolate — Histórias de Ler e Chorar por Mais (contos)
2011 - Picante - Histórias Que Ardem na Boca (contos)
2013 - A Misteriosa Mulher da Ópera (romance)

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