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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Lenço dos namorados – uma tradição de amor à portuguesa


A declaração de amor das mulheres do Minho

A origem da tradição dos “lenços dos Namorados”, também conhecidos como "Lenços de Pedidos", “Lenços marcados”, “Lenços bordados” ou “Lenços de amor", remonta provavelmente ao século XVII, quando as Senhoras do Minho bordavam para passar tempo. Ao longo dos tempos, foram sendo adaptados pelas mulheres do povo.
Considerada a mais genuína forma poética e artística utilizada pelas raparigas do Minho em idade de casar, o “Lenço dos Namorados” era uma peça de artesanato, um quadrado fabricado a partir de um pano de linho fino ou de um lenço de algodão que a jovem bordava a seu gosto, e fazia parte do traje típico feminino do Minho, usado por mulheres em idade de casar.
Nos lenços, para além de desenhos, eram bordados versos, numa língua idêntica ao galaico-português.




No início, estes lenços faziam parte do vestuário feminino e tinham apenas uma função decorativa. Com o tempo, passaram a ser usados como um ritual de conquista. Depois de bordado, o lenço acabaria por chegar à posse do rapaz amado e era em conformidade com a atitude de este o usar publicamente, ou não, que se decidia o namoro: se o usasse, geralmente por cima do seu casaco domingueiro, ao pescoço com o nó voltado para a frente, na aba do chapéu ou até mesmo na ponta do pau, significava que tinha dado início a uma relação; se o rapaz não usasse o lenço publicamente, era sinal que tinha decidido não dar início à ligação amorosa e o lenço voltaria às mãos da rapariga. Se por acaso ele aceitasse, mas, mais tarde, trocasse de namorada, fazia chegar o lenço à sua antiga pretendida (ou "conversada"), bem como outros objetos que lhe pertencessem, como fotografias ou cartas.




Vai lenço feliz boando
nas azas de um passarinho
se encontrares o meu amor
dale por mim um beijinho

Aqui tens o meu coração
E a chabe pró abrir
Num tenho mais que te dar
Nem tu mais que me pedir.

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