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sexta-feira, 2 de abril de 2021

Dia Internacional do Livro Infantil

 


(Cartaz  do ilustrador Bernardo P. Carvalho)

No dia 2 de abril, comemora-se em todo o mundo o Dia Internacional do Livro Infantil, data escolhida em 1967, por iniciativa do Conselho Internacional sobre Literatura para os Jovens (IBBY), para assinalar o nascimento de Hans Christian Andersen, um dos mais conhecidos autores de livros para os mais pequenos. Esta comemoração tem sido alargada a todas as instituições que chamam a atenção para a importância da leitura e dos livros para a infância e em Portugal as iniciativas são da responsabilidade da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas.


Hans Christian Andersen nasceu no dia 2 de abril de 1805, na cidade de Odense, Dinamarca.

Crescendo num lar humilde, mas, mesmo sem saber ler e escrever, foi o seu pai que fomentou no pequeno Hans Christian a imaginação e a criatividade, contando-lhe histórias, apresentando-lhe obras como As Mil e Uma Noites e fabricando-lhe um teatrinho de marionetas. Muitas das histórias que viria a escrever ficaram marcadas pela infância pobre e pelas dificuldades do quotidiano

Aos onze anos, a morte do pai obrigou-o a abandonar a escola, começando a trabalhar como aprendiz de tecelão e, mais tarde, para um alfaiate. Aos catorze anos, mudou-se para Copenhaga para procurar emprego como ator, começando a trabalhar no Teatro Real da Dinamarca, até que a sua voz mudou com o avançar da puberdade. Um colega do teatro aconselhou-o a escrever poesia. Começou a dedicar-se à escrita e, em 1822, publicou o seu primeiro conto, O Fantasma da Tumba de Palnatoke, começando uma carreira dedicada à escrita de contos infantis, que terminaria em 1872, ano em ficou gravemente ferido ao cair da sua própria cama. Com a saúde cada vez mais debilitada, Hans Christian Andersen morreu a 4 de agosto de 1875, em Copenhaga.

Apesar de ter escrito diversos romances para adultos, livros de poesia e relatos de viagens, foram os contos de fadas que tornaram Hans Christian Andersen famoso, especialmente numa altura em que eram muito raros livros destinados especificamente a crianças.

Para alguns estudiosos, Hans Christian Andersen foi a "primeira voz autenticamente romântica a contar histórias para as crianças", nas quais procurava passar padrões de comportamento que deveriam ser adotados pela sociedade, apontando os confrontos entre "poderosos" e "desprotegidos", "fortes" e "fracos", "exploradores" e "explorados", demonstrando a ideia de que todos os homens deveriam ter direitos iguais.

Foi graças ao contributo de Hans Christian Andersen para a literatura juvenil que, em 1967, o Conselho Internacional sobre Literatura para os Jovens (IBBY) decretou a data do seu nascimento como Dia Internacional do Livro Infanto-juvenil, chamando a atenção para a importância da leitura e para o papel fundamental dos livros para a infância.

O mais importante prémio internacional atribuído à literatura infanto-juvenil tem o seu nome. Criado em 1956, e considerado o “pequeno Nobel” da Literatura, o Prémio Hans Christian Andersen é concedido de dois em dois anos pela International Board on Books for Young People (filiada da UNESCO). Desde 1966, o prémio é também atribuído na categoria de ilustração.

Em 1956, a escritora britânica foi a primeira a receber o Prémio Hans Christian Andersen, seguida no ano seguinte pela sueca Astrid Lindgren. A título de curiosidade, em 2010, foi a escritora inglesa J.K. Rowling a merecer esta distinção.

Em 2020, Jacqueline Woodson, dos Estados Unidos, foi a última escritora a receber este prémio, enquanto a suiça Albertine Zullo ganhou o prémio de ilustração.

Todos os anos o IBBY internacional convida um país a dar o mote e a escrever um texto alusivo à literatura para a infância. Este ano, os Estados Unidos são o país convidado e o texto é da autoria da escritora cubano-americana Margarita Engle.


(Margarita Engle)

A música das palavras

Quando lemos, crescem-nos asas na mente

Quando escrevemos, cantam os dedos.

Palavras são batuques e flautas na página

altos trinados, elefantes bramindo,

rios que correm, águas caindo,

pirueta de borboleta

longe no céu!

As palavras convidam à dança – ritmos, rimas, batidas

das asas, do coração, dos cascos no chão, contos velhos e recentes,

fantasias e verdades.

Quer estejas quentinho em casa

ou a atravessar o mundo para uma terra diferente

e uma língua estranha, as histórias e poemas

pertencem-te.

Quando partilhamos palavras, a nossa voz

torna-se a música do futuro,

alegria, amizade e paz,

a melodia

da esperança.

Margarita Engle

(Tradução de Ana Castro)


Em Portugal, e como já é tradição, a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB) disponibiliza um cartaz para assinalar este dia. Este ano o cartaz é da autoria do ilustrador Bernardo P. Carvalho (vencedor do Prémio Nacional de Ilustração em 2020), que se inspirou nos versos do poema de Margarita Engle, «Quando lemos, crescem-nos asas na mente». Porque cada livro que uma criança espreita com emoção desperta nela sensações únicas e traz-lhe «a melodia da esperança».


Entre os melhores contos de Hans Christian Andersen destacam-se:

O Patinho Feio

A Caixinha de Surpresas

Os Sapatos Vermelhos

O Pequeno Cláudio e o Grande Cláudio

O Soldadinho de Chumbo

A Pequena Sereia

A Princesa e a Ervilha

O Rei Vai Nu

O Abeto de Natal

O Rouxinol

A Vendedora de Fósforos

A Polegarzinha

A Rainha da Neve

A Pastora e o Limpa-chaminés


Na Biblioteca do ECB estão disponíveis várias coletâneas de contos de Hans Christian Andersen.




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