«As Cidades Invisíveis apresenta-se como uma série de relatos de
viagem que Marco Polo faz a Kublai Kan, imperador dos tártaros. [...] A este
imperador melancólico, que percebeu que o seu poder ilimitado conta pouco num
mundo que caminha em direção à ruína, um viajante visionário fala de cidades
impossíveis, por exemplo, uma cidade microscópica que se expande, se expande
até que termina formada por muitas cidades concêntricas em expansão, uma cidade
teia de aranha suspensa sobre um abismo, ou uma cidade bidimensional como
Moriana. [...] Creio que o livro não evoca apenas uma ideia atemporal de
cidade, mas que desenvolve, ora implícita ora explicitamente, uma discussão
sobre a cidade moderna. [...] Penso ter escrito algo como um último poema de
amor às cidades, quando é cada vez mais difícil vivê-las como cidades.»
Italo Calvino
Em As Cidades Invisíveis, o escritor
italiano Italo Calvino imagina um diálogo fantástico entre Marco Polo, o maior
viajante de todos os tempos, e Kublai Khan, o imperador dos Tártaros, em cuja
corte o mercador veneziano terá desempenhado funções diplomáticas. Porque
Kublai Khan não pode ver com os seus próprios olhos toda a extensão do seu
império, Marco Polo será a sua visão, descrevendo-lhe minuciosamente 55 cidades
(imaginárias) por onde teria passado, agrupadas em temas como “as cidades e a
memória”, “as cidades e o céu”, “as cidades e os mortos”, “as cidades e o
desejo” e todas com nome de mulher (Procópia, Ersília, Olinda, Sofrónia, Tecla,
Trude, …).
A partir da leitura
de excertos desta obra de Calvino, os alunos do 11º ano do curso de Artes
Visuais imaginaram algumas dessas cidades, criando uma técnica mista de
representação através da manipulação de mais do que um material.
O resultado do seu
trabalho pode ser visto na Exposição que se encontra patente no átrio da
Biblioteca.
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