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sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Dia 24 do Advento - A noite de Natal

 

A história de uma menina que vivia sozinha e que um dia encontrou um amigo. Na noite de Natal, descobriu que ele era o Menino Jesus.

Sophia de Mello Breyner Andresen - A Noite de Natal. Porto: Figueirinhas, ilustrações de Júlio Resende.

Era uma vez uma menina rica, chamada Joana. Apesar de ser rica, Joana era uma menina solitária e não tinha amigos com quem brincar. Um dia, viu passar um rapaz pobre e Joana teve a certeza que aquele era o seu amigo. Tinha cara disso. Vestia calças remendadas e os seus olhos brilhavam. Pensou que seria um amigo perfeito e… ficaram amigos!

Na noite de Natal, a consoada em casa de Joana é cheia de abundância e alegria. Contudo, a menina lembra-se do seu amigo Manuel, que não receberia presentes nem teria uma mesa farta nessa noite tão especial. Mas o Natal é para todos e Joana decidiu, por isso, ir ter com ele. Levou todos os presentes que tinha recebido e pôs-se a caminho.

Quando chegou ao pinhal, percebeu que não sabia onde ficava a cabana onde Manuel vivia. Mas olhou para o céu, viu uma estrela e resolveu segui-la. Pouco depois, encontrou Três Reis do Oriente, Melchior, Gaspar e Baltasar, que também seguiam aquela estrela.

Quando chegaram à cabana, viram Manuel deitado nas palhas, aconchegado por uma vaca e por um burro. Joana e os Três Reis Magos ajoelharam-se e deixaram os presentes.

Guiada por uma estrela, Joana descobre que, nessa noite, afinal Manuel teve Natal. O Natal verdadeiro.



Sophia de Mello Breyner Andresen nasceu no Porto, a 6 de novembro de 1919, e morreu em Lisboa, a 2 de Julho de 2004. Foi a primeira mulher portuguesa a receber o mais importante galardão literário da língua portuguesa, o Prémio Camões, em 1999. Foram-lhe concedidas honras de Estado e os seus restos mortais foram trasladados para o Panteão Nacional, em 2014.

Além de escritora, Sophia distinguiu-se também pela sua atitude interventiva, tendo denunciado ativamente o regime salazarista e os seus seguidores. Apoiou a candidatura do general Humberto Delgado e fez parte dos movimentos católicos contra o Estado Novo. Ficou célebre como canção de intervenção dos Católicos Progressistas a sua "Cantata da Paz", também conhecida e chamada pelo seu refrão: "Vemos, Ouvimos e Lemos. Não podemos ignorar!".

Em 1975, após o 25 de Abril, foi eleita para a Assembleia Constituinte.

Sophia de Mello Breyner Andresen fez-se poeta ainda na infância, depois de, com apenas três anos, a sua ama Laura lhe ter ensinado "A Nau Catrineta".

Começou a escrever poesia aos 12 anos, e aos 25 (em 1944), lançou o seu primeiro livro – Poesia.

A sua obra, que se divide essencialmente entre a poesia e a literatura infantil, está traduzida em várias línguas e foi várias vezes premiada, tendo recebido, entre outros, o Prémio Camões 1999 e o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana – a primeira vez que um português venceu este prestigiado galardão. Distinguiu-se também como autora de peças de teatro e de ensaios.

Sophia de Mello Breyner Andresen faleceu aos 84 anos, no dia 2 de Julho de 2004, em Lisboa. A 2 de julho de 2014, o seu corpo foi transladado para o Panteão Nacional – foi a segunda mulher lá sepultada (a primeira foi a fadista Amália Rodrigues).

Para rever o que publicámos por ocasião do centenário do nascimento de Sophia de Mello Breyner Andresen, em novembro de 2019, consulte

https://bibliotecaecb.blogspot.com/2019/11/novembro-o-mes-de-sophia.html

https://bibliotecaecb.blogspot.com/2019/11/exposicao-biobibliografica-o-mes-de.html






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