A história de uma menina que
vivia sozinha e que um dia encontrou um amigo. Na noite de Natal, descobriu que ele era o Menino Jesus.
Sophia de Mello Breyner Andresen - A Noite de Natal. Porto: Figueirinhas, ilustrações de Júlio Resende.
Era uma vez uma menina rica,
chamada Joana. Apesar de ser rica, Joana era uma menina solitária e não tinha amigos
com quem brincar. Um dia, viu passar um rapaz pobre e Joana teve a certeza que
aquele era o seu amigo. Tinha cara disso. Vestia calças remendadas e os seus olhos
brilhavam. Pensou que seria um amigo perfeito e… ficaram amigos!
Na noite de Natal, a consoada em
casa de Joana é cheia de abundância e alegria. Contudo, a menina lembra-se do
seu amigo Manuel, que não receberia presentes nem teria uma mesa farta nessa
noite tão especial. Mas o Natal é para todos e Joana decidiu, por isso, ir ter
com ele. Levou todos os presentes que tinha recebido e pôs-se a caminho.
Quando chegou ao pinhal, percebeu
que não sabia onde ficava a cabana onde Manuel vivia. Mas olhou para o céu, viu uma estrela e resolveu segui-la. Pouco depois, encontrou Três Reis do
Oriente, Melchior, Gaspar e Baltasar, que também seguiam aquela estrela.
Quando chegaram à cabana, viram
Manuel deitado nas palhas, aconchegado por uma vaca e por um burro. Joana e os
Três Reis Magos ajoelharam-se e deixaram os presentes.
Guiada por uma estrela, Joana
descobre que, nessa noite, afinal Manuel teve Natal. O Natal verdadeiro.
Sophia de Mello Breyner Andresen
nasceu no Porto, a 6 de novembro de 1919, e morreu em Lisboa, a 2 de Julho de
2004. Foi a primeira mulher portuguesa a receber o mais importante galardão
literário da língua portuguesa, o Prémio Camões, em 1999. Foram-lhe concedidas
honras de Estado e os seus restos mortais foram trasladados para o Panteão
Nacional, em 2014.
Além de escritora, Sophia
distinguiu-se também pela sua atitude interventiva, tendo denunciado ativamente
o regime salazarista e os seus seguidores. Apoiou a candidatura do general
Humberto Delgado e fez parte dos movimentos católicos contra o Estado Novo.
Ficou célebre como canção de intervenção dos Católicos Progressistas a sua
"Cantata da Paz", também conhecida e chamada pelo seu refrão:
"Vemos, Ouvimos e Lemos. Não podemos ignorar!".
Em 1975, após o 25 de Abril, foi
eleita para a Assembleia Constituinte.
Sophia de Mello Breyner Andresen
fez-se poeta ainda na infância, depois de, com apenas três anos, a sua ama
Laura lhe ter ensinado "A Nau Catrineta".
Começou a escrever poesia aos 12
anos, e aos 25 (em 1944), lançou o seu primeiro livro – Poesia.
A sua obra, que se divide
essencialmente entre a poesia e a literatura infantil, está traduzida em várias
línguas e foi várias vezes premiada, tendo recebido, entre outros, o Prémio
Camões 1999 e o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana – a primeira vez
que um português venceu este prestigiado galardão. Distinguiu-se também como
autora de peças de teatro e de ensaios.
Sophia de Mello Breyner Andresen
faleceu aos 84 anos, no dia 2 de Julho de 2004, em Lisboa. A 2 de julho de
2014, o seu corpo foi transladado para o Panteão Nacional – foi a segunda mulher
lá sepultada (a primeira foi a fadista Amália Rodrigues).
Para rever o que publicámos por ocasião
do centenário do nascimento de Sophia de Mello Breyner Andresen, em novembro de
2019, consulte
https://bibliotecaecb.blogspot.com/2019/11/novembro-o-mes-de-sophia.html
https://bibliotecaecb.blogspot.com/2019/11/exposicao-biobibliografica-o-mes-de.html
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